Rei do Gado: conheça a história de Roque Quagliato e da preservação da Amazônia

Conheça a trajetória do "Rei do Gado" e empreendedor que fundou o Grupo Rio Vermelho em 1973 no município de Sapucaia, no Pará

Nesta quarta-feira, 12, estreou pelo Giro do Boi o 10º episódio da série Pasto Extraordinário. Desta vez, destaque para a história de quase meio século do Grupo Rio Vermelho, fundado em Sapucaia-PA em 1973, por Roque Quagliato, o Rei do Gado do Pará.

Roque ficou conhecido na região como “rei do gado”, mas tornou-se também o rei da preservação da Amazônia. Ao mesmo tempo que assegura a sustentabilidade, a reserva serve como ferramenta de manejo da fazenda, conforme apresentou o pecuarista.

O INÍCIO

Inicialmente, Roque Quagliato lembrou de sua chegada ao estado do Pará em uma época em que ainda não havia nenhuma infraestrutura. Na ocasião, o regime militar havia lançado o programa “Integrar para não entregar” com o objetivo de consolidar a Amazônia no território nacional. “Não tinha cidades do interior, não tinha estrada. Esse sul do Pará, daqui até Belém, não tinha nada. As cidades eram todas ribeirinhas e muito poucas”, recordou.

Logo depois, o produtor estabeleceu a fazenda em Sapucaia com a promessa da criação da estrada para Belém, facilitando o escoamento de produtos. “Aí eu vim para cá e faz 48 anos que eu venho todo mês para cá, fico dez, 12, 15 dias. Então conseguimos fazer fechar a conta, criamos um gado de alta genética, cada vez melhorando mais”, disse em síntese o empreendedor.

Assista a seguir a reportagem em vídeo completa contando a história de Roque Quagliato e do Grupo Rio Vermelho:

SUSTENTABILIDADE

Tanto quanto a infraestrutura da região evoluiu, as demandas por sustentabilidade na Amazônia também surgiram ao longo dos anos. “Hoje eu posso afirmar que o produtor rural, o empresário rural, principalmente aqui do Pará, está consciente que tem que preservar”, confirmou.

“Por exemplo, na Fazenda Rio Vermelho, que foi a primeira do grupo, tem até um capricho. Elas tem 13 retiros, é uma fazenda muito grande. E em cada retiro eu deixei uma faixa de mato de 500 metros de largura […] e elas se cruzam. Isso dá um controle sanitário, segura um fogo e, além disso, a fauna pode transitar de todo jeito na fazenda”, reforçou o pecuarista.

Conforme salientou o diretor de pecuária do Grupo Rio Vermelho, Luiz Roberto Hernandes, a propriedade destinou à preservação as áreas menos adequadas para produzir. “Aquelas áreas mais difíceis de trabalhar nós resolvemos deixar que fossem recuperadas naturalmente”, explicou. Atualmente, as faixas em recuperação já possuem árvores de até 18 anos de idade.

PRESERVAÇÃO E PRODUÇÃO

De acordo com Quagliato, a Fazenda Rio Vermelho encontrou o equilíbrio entre produção e preservação do meio ambiente. “Esse é um programa que vem sendo feito há mais de dez anos e o interessante é que não diminuiu o número de gado. Nós passamos a fazer a integração lavoura e pecuária”, contou.

“É muito importante dizer que a preservação veio fazer com que a gente aprendesse a produzir de uma forma diferente”, completou Luiz Roberto Hernandes.

Nesse sentido, o manejo de pasto foi essencial para o sucesso do sistema de produção. “Tem que dividir os pastos. Diminuir pasto. Um rotacionado ajuda muito. E, logicamente, não ter concorrente, não ter erva daninha. Aí você precisa dos parceiros, como a Corteva, que tem nos ajudado. Eles vêm com os técnicos, analisam qual é a erva daninha que tem naquele retiro, naquele pasto. Indicam as soluções e fazem projeto do melhor custo x benefício”, reconheceu Roque Quagliato.

Em conclusão, o empreendedor ressaltou também a importância da equipe e listou as ações sociais do grupo para com seus funcionários. “A gente procura atender com escola, saúde. Em todas as fazendas nós mantemos o programa de menor aprendiz”, comentou.

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