Vou trocar o tabaco pelo gado no RS. Que capim plantar e que raça escolher?

Produtor de Soledade-RS informou que quer integrar atividade com lavoura de milho e ponderou ainda que seu terreno é pedregoso; confira sugestões do especialista

Um telespectador de Soledade, no Rio Grande do Sul, enviou uma série de dúvidas ao Giro do Boi em mensagem recente. Ele disse que está migrando da plantação de tabaco para a criação de gado e quer saber dicas para integração da forrageira com milho, ponderando que seu terreno é muito pedregoso, quer saber também qual o melhor capim para o plantio na área se que raça deve escolhar para a criação.

Tenho dez hectares de terra onde planto fumo e vou passar a criar gado. […] Minha ideia seria fazer cerca de quatro piquetes e dividir a terra para mudar o gado com uma lavoura para plantar milho. […] Gostaria de saber qual seria a melhor pastagem para mim, já que a terra é dobrada com pedras soltas“, informou Gilvan Oliveira.

O zootecnista Tiago Felipini, profissional especialista em nutrição e consultor da Alcance Planejamento Rural, atendeu o produtor rural.

Felipini recomendou que, ao iniciar a transformação da área, ele faça a máxima remoção possível das pedras em seu terreno. “Ele plantava tabaco e agora vai produzir carne. E a ideia dele é plantar milho depois de dividir essa área em quatro pastos e plantar um capim que tem alta produtividade com as tecnologias. Ele disse também que a sua área tem muita pedra. Você deve tentar tirar o máximo. A primeira dica é tirar o máximo de pedra que você puder, principalmente as pedras grandes. Se você for mecanizar a área, trabalhar com máquinas, você pode acabar tendo essa barreira física”, alertou.

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Felipini também indicou qual a melhor espécie forrageira para o sistema que o produtor pretende implantar. “Pelo seu clima, a melhor opção é o Tifton, que tolera geada, tolera climas com baixas temperaturas. Agora se você for trabalhar apenas com pasto de inverno, plantando o milho todo ano e depois plantar uma forrageira para ter no inverno, no caso eu recomendo o plantio de aveia ou azevém, que são forrageiras de clima temperado e vão tolerar bem este clima. Elas vão produzir bem, não vai cair muito de produção, como os capins de clima tropical, principalmente os capins do gênero Panicum”, ponderou.

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O consultor confirmou, entretanto, que o Tifton é a melhor opção caso seu cultivo seja perene, e não somente de inverno. “Se for uma forrageira para ficar contínua na área, aí você escolhe o Tifton. Pode começar a plantar ele a partir do vigésimo dia, quando for fazer a adubação de cobertura (do milho). Você vai colocando as mudas no plantio do milho. Ou então (se a escolha for pela pastagem de inverno) você vai semeando aveia e azevém na cobertura”, especificou.

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“Você também perguntou sobre qual raça seria a melhor opção. Pelo seu clima e pela disponibilidade (genética) que você tem na sua região, eu recomendo você a trabalhar com animais Bos taurus, que são as raças europeias. Procure animais da raça Angus, Simental, Brangus e se possível também o Hereford, que vai muito bem aí nessa região. São animais responsivos, ou seja, quanto mais você melhorar a dieta deles, a nutrição, mais eles vão ganhar peso, mais vão responder financeiramente”, concluiu o zootecnista.

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Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de pastagens e/ou integração, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Imagens ilustrativas: Reprodução / Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul e Secretaria de Agricultura/RS