Em edição do quadro “Dez passos para construir e manter uma boa pastagem na sua fazenda”, o agrônomo Wagner Pires, consultor do Circuito da Pecuária, esclareceu qual a melhor época para plantar braquiária.
CUIDADO COM A PRIMEIRA CHUVA
Em primeiro lugar, o especialista alertou sobre os riscos de plantar logo na primeira chuva. “Normalmente no início das chuvas existem falhas e para de chover. Se a sua semente já está na terra e deu a primeira chuvarada, a planta precisa de temperatura e a semente precisa de umidade. Ora, se bateu a chuva e bateu o calor, ela rompe e começa a germinar. Mas se não vierem outras chuvas na sequência, a semente vai morrer e aí você vai perder o seu serviço”, orientou.
Segundo Pires, o ideal é esperar o solo ter alguma reserva de umidade para decidir qual a melhor época para plantar braquiária.
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Além disso, o consultor ponderou quando o produtor deve fazer para plantio no pó. “Eu só recomendo o plantio no pó quando se trata de uma área de várzea. Porque aí, sim, a hora que bater a primeira chuvarada, a várzea vai reter umidade suficiente para aquela semente germinar. Aí você não vai ter prejuízo. Do contrário, o plantio no pó é extremamente perigoso”, alertou.
JOGAR SEMENTE JUNTO COM O ADUBO
Depois de revelar qual a melhor época para plantar braquiária, o agrônomo falou sobre outro tópico. Desta vez, se é possível sementear o piquete jogando fertilizante ao mesmo tempo. “Depende do fertilizante! O nitrogênio pode queimar a sua semente. O potássio pode queimar a sua semente. Existem vários elementos que queimam, que vão destruir a vida da semente. Então você tem que tomar muito cuidado com a mistura”, ponderou.
Nesse sentido, o especialista recomendou fertilizantes compostos de matéria orgânica. “Esses fertilizantes não queimam a semente. São os chamados organominerais. Esses, sim, você pode misturar tranquilamente. E também, é claro, os fertilizantes que só são à base de fósforo. Como, por exemplo, fosfato natural reativo. Até o MAP permite que você misture, mas não abuse. Não deixe muito tempo misturado, não é aconselhável”, completou.
Posteriormente o agrônomo deu outra dica sobre uso do fertilizante na formação de pastagem. “E quando que eu vou jogar o fertilizante no momento do plantio? Você pode jogar antes, como também pode jogar junto. É fundamental que você incorpore esse fertilizante fazendo a última gradagem niveladora”, destacou.
SOLTANDO O GADO
Em seguida, Pires falou também sobre o primeiro pastejo depois de esclarecer qual a melhor época para plantar braquiária. Antes de tudo, o agrônomo sustentou que não se deve esperar o capim sementear para soltar o gado. “Está errado porque o capim vai crescer até o momento que o gado não consegue mais arrancar a planta. Quando vai ocorrer isso? Aos 60 ou 70 dias. Então você vai fazer um teste, vai puxar a planta com as suas mãos. Quando ela estiver firme, aí você coloca o gado para fazer o primeiro pastejo”, recomendou.
Ao mesmo tempo, Wagner Pires explicou como deve ser o primeiro pastejo. “O gado só vai comer as pontas do capim e eu vou tirar o gado e ele vai perfilhar. O pasto vai perfilhar e aí a pastagem vai estar pronta”, disse em síntese.
MANUTENÇÃO DA CAPINEIRA
Finalmente, Pires deu dicas sobre a manutenção do pasto. “Com 30 dias é fundamental que você faça uma avaliação se tem plantas daninhas. E aí você aplica um herbicida. Nesse momento, você pode realizar uma cobertura com nitrogênio e potássio para estimular o desenvolvimento”, salientou.
Do mesmo modo, o consultor falou sobre a importância da fosfatagem por conta da grande demanda do elemento. “Cada boi de 450 kg está extraindo do seu solo 4,5 kg de fósforo durante a vida dele, de mamando a caducando. ‘Ah, mas eu ofereço fósforo através do mineral’. Não é a mesma coisa. […] Se você é um produtor de leite, cada litro de leite é 1 grama de fósforo”, concluiu.
+ Como aplicar fósforo na pastagem?
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+ Qual a hora certa de plantar o capim? Posso misturar semente com fertilizante?
Por fim, veja mais detalhes em vídeo sobre qual a melhor época para plantar braquiária:
Foto: Carlos Maurício Soares de Andrade / Reprodução Embrapa
