Quais são as opções de tricross para produzir carne premium a partir da F1 Angus?

Na participação de número 100 no Giro do Boi Responde, Alexandre Zadra explicou as diferenças entre fazer tricross em F1 Angus com bimestiços ou adaptados

Em sua participação de número 100 no Giro do Boi Responde, o zootecnista Alexandre Zadra respondeu dúvida de um produtor de Cotegipe na Bahia sobre cruzamento industrial tricross.

Conforme informou o criador Nilton Augusto, ele produziu novilhas F1 Angus e quer saber a raça ideal para o próximo cruzamento industrial tricross. “Pensando em programas de carne premium, quando abater essas novilhas? Você indica o semiconfinamento, confinamento ou somente a pasto?”, indagou.

O zootecnista aprovou o sistema produtivo. De acordo com Zadra, as características da F1 Angus a tornam a “Rainha da Pecuária”.

QUANDO ABATER A F1 ANGUS?

Em primeiro lugar, Zadra confirmou que a fêmea pode produzir um bezerro antes de ser abatida em programas de carne premium. “Se você tirar uma cria da F1, […] e emprenhar essa Rainha da Pecuária com 14 meses, você terá uma fêmea de qualidade. Ela vai desmamar um bezerro muito bom e pode ser levada ao abate com um peso interessante, acima de 500 kg, ou de 480 a 500 kg depois da primeira cria. Você tem uma fêmea que vai gerar uma carne de altíssima qualidade, macia e com certo mármore, se ela estiver bem gorda”, projetou

TRICROSS COM BIMESTIÇOS

Em seguida, Zadra, que é supervisor regional comercial da Genex, uma das opções do cruzamento industrial tricross é utilizar raças bimestiças. Por exemplo, Canchim, Santa Gertrudis, Braford e também Brangus. “O Brangus sobre a F1 Angus não vai gerar tanta heterose, mas ele vai dar como resultado uma padronização muito grande na cor preta dos bezerros”, salientou.

Desse forma, o zootecnista explicou como usar cada uma das raças para o cruzamento industrial tricross. “Dentre os bimestiços, se você quiser fazer animais de maior porte, utilize o Canchim ou o Santa Gertrudis. Se você quiser fazer animais mais precoces, use o Brangus e o Braford”, disse em suma.

Contudo, o uso de bimestiços vai exigir do criador mais atenção na nutrição pelo metabolismo mais acelerado. “Lembrando que ao cruzar os bimestiços sobre a F1, você tem que ter um capricho maior sobre a nutrição. Desmamou, você dê um suplemento alimentar. Veja com um zootecnista da sua região, um nutricionista, que ele vai orientá-lo a contento. […] Seja caprichoso com esse tricross de bimestiços sobre a F1 que você terá sucesso. […] Então você fará um animal excelente com carne macia”, completou.

TRICROSS COM ADAPTADOS

Além disso, o especialista lembrou dos adaptados no cruzamento industrial tricross, ou seja, como Caracu, Bonsmara e Senepol. “Você terá mais maciez de carne, teoricamente. Porque quanto mais taurino no sangue do animal, mais macia é a carne. Então esses animais filhos de Bonsmara, Caracu ou Senepol serão animais que você tirará uma cria da sua fêmea F1 e fará um tricross de muita qualidade e um pouco mais adaptado”, continuou.

Da mesma forma, Zadra explicou que características cada uma das raças vai imprimir no tricross. Se você quiser fazer animais maiores, use o Caracu sobre a F1, ou o Bonsmara. Se quiser fazer um animal mais precoce, bem precoce, use o Senepol sobre a F1 Angus”, resumiu.

TRICROSS NELORE ANGUS SENEPOL

Todavia, ao optar pelo Senepol, o criador deve buscar sêmen de touros de grande porte. O objetivo é evitar produzir um animal muito precoce, mas ao mesmo tempo muito leve. Bem como o tricross com Senepol pode ser usado para cruzamento terminal, a fêmea também pode servir para reposição por conta de sua adaptabilidade com pelo zero, frisou o especialista.

Por fim, assista a resposta completa de Alexandre Zadra, autor do blog Crossbreeding, em sua participação número 100 no programa: