O criador Aureliano da Silva, de Santarém, no Pará, enviou uma pergunta a respeito do uso de animais avaliados genomicamente. “Ele pergunta sobre esta questão da genômica, se realmente é confiável. Segundo ele, ele utilizou touros Nelore PO com a genômica e ele está se sentindo enganado, quer realmente saber se a genômica e confiável”, enunciou o zootecnista Ricardo Abreu, gerente de fomento da ABCZ, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, que respondeu à dúvida.
“É a partir da informação que nós vamos disponibilizar as ferramentas para melhorar o seu rebanho e o melhoramento genético deste grande estado que é o Pará”, reforçou Abreu, informando que o Pará tem um rebanho de cerca de 6,5 milhões de fêmeas de corte.
“A genômica é uma ferramenta do programa de melhoramento genético. O importante dentro do melhoramento genético é ele disponibilizar os relatórios, informações de seu rebanho pra você observar aquelas fêmeas que realmente estão pagando a conta aí na sua propriedade, isto é, a fertilidade é um ponto crucial. Para medir, para pesar e avaliar precisa nascer, então o senhor tem que identificar aí se estas fêmeas realmente estão emprenhando mais cedo. E, já que elas estão no mesmo ambiente, identificando estas fêmeas melhoradoras, utilizar touros PO avaliados e que tenham a genômica com avaliação, aumenta a confiabilidade desta informação da característica”, apontou.
Abreu salientou que a genômica oferece um salto expressivo na confiabilidade das informações de animais jovens. “Aqui na ABCZ, no Programa de Melhoramento Genético dos Zebuínos, o PMGZ, a avaliação genômica é fortemente utilizada desde 2018. Nós temos mais de 100 mil animais genotipados e isso faz com que a gente aumente a confiabilidade desta informação. Para o senhor ter ideia, sejam os machos ou fêmeas com avaliação genômica, onde todos os animais do PMGZ possuem, era como se eles já tivessem um animal jovem com dez filhos avaliados. A gente sai de uma acurácia, de uma confiabilidade de 20% podendo chegar aos 47% a até 50%. Então a genômica é uma ferramenta para se utilizar no melhoramento genético, mas o fenótipo, que são as mensurações dos seus indivíduos, machos e fêmeas e os produtos da sua fazenda, é crucial para o senhor identificar realmente aquele animal que está pagando a conta no seu rebanho”, confirmou.
“Em resumo, utilize as avaliações genéticas com a genômica para utilizar através da inseminação artificial desses touros PO melhoradores, com avaliação positiva e foco nas características que o senhor precisa levar dentro do sumário do PMGZ. Então, sim, senhor Aureliano, pode confiar realmente na avaliação genética e também na genômica porque é a segurança de levar o melhoramento genético ao seu rebanho em Santarém, no Pará”, concluiu.
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Veja a resposta completa de Ricardo Abreu no vídeo a seguir: