O custo de produção da pecuária confinada apresentou leve redução em janeiro de 2025 em relação ao mês anterior, de acordo com a edição nº 92 do Informativo Mensal do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC). Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
O zootecnista Gustavo Lineu Sartorello, mestre e doutor em Nutrição e Produção Animal, apresentou os dados atualizados do ICBC. Atualmente, Sartorello é diretor executivo e fundador da startup Agroplanner Tecnologia Planejamento e Gestão Agropecuária.
Segundo o especialista, o levantamento mostra que as propriedades CSPm, CSPg e CGO registraram quedas de 0,8%, 0,2% e 0,7%, respectivamente. No entanto, no acumulado de janeiro de 2024 a janeiro de 2025, os custos subiram 25,8%, 29,7% e 25,2%, refletindo a influência da volatilidade dos insumos.
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Custos com alimentação do boi confinado
Os custos com alimentação seguem como o principal fator de impacto no custo da diária-boi (CDB), representando 72,1%, 70,0% e 72,7% nos confinamentos CSPm, CSPg e CGO, respectivamente.
O preço das commodities teve variações significativas: enquanto o caroço de algodão e a ureia pecuária subiram 18,9% e 14,6% em São Paulo, a casca de soja e o DDG 30% caíram 22,7% e 18,3% em Goiás.
Para reduzir custos, as dietas foram ajustadas, incluindo a casca de soja nos confinamentos CGO e CSPg e o feno de Urochloa no CSPg. A otimização da formulação nutricional por meio do software RLM ajudou a manter a eficiência produtiva com menor impacto financeiro.
Custo de oportunidade e influência da Selic
O custo de oportunidade também pesa no bolso dos confinadores. Com a taxa Selic em 13,25% ao ano, o impacto na remuneração do capital de giro, ativos imobilizados e terra foi de 14,3%, 13,6% e 15,3% do CDB para CSPm, CSPg e CGO, respectivamente.
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Propriedades que utilizam bens de capital de forma mais eficiente conseguem otimizar custos fixos e manter um diferencial competitivo na atividade.
A tabela de comparação entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025 mostra que o custo da diária-boi caiu ligeiramente.
O CSPm teve redução de R$ 19,52 para R$ 19,37 (-0,78%), o CSPg de R$ 19,49 para R$ 19,44 (-0,24%), e o CGO de R$ 16,50 para R$ 16,38 (-0,72%). No entanto, a gestão estratégica é essencial para lidar com as oscilações do mercado.
Aumento nos custos totais e impacto sobre a rentabilidade
O custo total de produção, incluindo a aquisição de animais, também apresentou crescimento. O preço do boi magro atingiu R$ 11,66/kg em São Paulo e R$ 11,55/kg em Goiás, representando 69,5%, 65,6% e 69,7% do custo total em CSPm, CSPg e CGO, respectivamente. Em relação ao mesmo período de 2024, esses valores são 50,4% e 54,9% superiores.
Os custos por arroba produzida em janeiro de 2025 foram R$ 263,73 para CSPm, R$ 269,08 para CSPg e R$ 232,09 para CGO. Comparando com dezembro de 2024, houve um aumento de 0,5%, 0,6% e 0,9%, respectivamente.
Importância do monitoramento dos custos
Diante da instabilidade dos custos de produção, o acompanhamento detalhado dos indicadores é fundamental para evitar prejuízos e melhorar a rentabilidade.
A estratégia nutricional e a gestão financeira são ferramentas essenciais para mitigar os impactos das oscilações de preços das commodities e da taxa de juros.
O ICBC continua sendo um indicador importante para a tomada de decisão no setor pecuário, auxiliando os produtores a ajustarem suas estratégias e garantirem maior previsibilidade em seus negócios.
