“Estou precisando de um proteinado para vacas de cria e para os bezerros”, informou o pecuarista Walter Amaral, com propriedade na de Divinópolis-MG. Ele acrescentou em sua mensagem ao Giro do Boi que quer ele mesmo bater o suplemento e perguntou se é possível obter uma receita de proteinado.
O zootecnista Juliano Resende, especialista em nutrição de ruminantes e consultor nas áreas de bovinocultura de corte e leite, atendeu o pecuarista. O profissional destacou como age o proteinado no sistema digestivo dos animais.
“Vamos entender qual é a função do proteinado na nutrição animal. O proteinado é um suplemento para a flora ruminal e não para o animal propriamente dito. Ele vai proporcionar aumento das bactérias do rúmen e, como consequência disso, aumento da digestibilidade do pasto seco que você tem na fazenda. Isso vai proporcionar aumento de consumo. Se o animal está consumindo mais, é natural que ele ganhe mais peso, então você pode esperar ganhos moderados de 150 a até 300 gramas por cabeça ao dia com esse suplemento, o que é muito interessante, porque ele tem baixo custo e você continua tendo desempenho dos animais mesmo no período da seca”, contextualizou.
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RECEITA DE PROTEINADO PARA BOVINOS
O zootecnista também especificou quais são os insumos e a proporção de cada elemento a ser usado na receita do suplemento proteinado. “A formulação vai depender de vários fatores, mas para que você comece a suplementação na fazenda, eu tenho trabalhado com 38% a 40% de milho moído fino; em torno de 27% de farelo de soja – eu não trocaria a fonte de proteína por outra que não seja farelo de soja, então não faça com torta, não faça com caroço. É muito importante que seja farelo de soja por causa do perfil de aminoácidos que tem na proteína desse alimento -; em torno de 10% de núcleo, e isso pode variar de acordo com a composição do núcleo que você tem na fazenda; em torno de 16% de sal branco; 8% de ureia; e 0,5% de enxofre elementar para síntese de aminoácido sulfurado”, listou Resende.
COMO AJUSTAR O CONSUMO DO PROTEINADO?
O especialista observou também como as proporções podem variar. “Esse é um pontapé inicial. Você tem que monitorar o consumo. Se a mistura estiver palatável demais e o consumo estiver alto, você pode aumentar um pouco o sal branco e diminuir o milho. Se acontecer o contrário, às vezes você coloca no cocho e o animal não quer comer, é porque tem sal demais, então você pode baixar 3% a 4% deste cloreto de sódio e aumentar na mesma proporção o milho. Então o milho e o cloreto são as ferramentas que você tem para ajustar consumo”, revelou.
Entretanto, segundo o zootecnista, o suplemento proteinado não é recomendado para os bezerros. “Para a bezerrada, o interessante seria você fazer um sistema de creep feeding e entrar com outro tipo de suplemento. Então para o bezerro ao pé, eu não recomendo apostar nesse suplemento, no sal proteinado, para aumentar o desempenho. Você teria que fazer creep feeding. Mas para as vacas, de preferência até vaca solteiras, animais de recria e até garrotes já mais erados, é um suplemento que vai proporcionar um ganho moderado a um custo muito baixo”, sustentou.
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Se você tiver dúvidas a respeito de suplementação, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].
O atendimento do zootecnista Juliano Resende ao produtor mineiro está disponível na íntegra no vídeo a seguir: