Num momento em os fertilizantes ficam cada vez mais caros, imagine poder economizar e ainda estocar cada vez mais adubo no solo? A saída para isso foi consorciar o pasto com uma espécie de leguminosa. O estudo envolveu especificamente o consórcio do braquiarão e do amendoim forrageiro.
O principal adubo, o nitrogênio, era depositado pelo amendoim forrageiro. Como todas as espécies de leguminosa, a planta capta o nutriente do ar e passa a estocar no solo, através da fixação biológica. A adoção da leguminosa é uma alternativa interessante para fornecer ao solo o nitrogênio.
“A ideia não é nova. Já até tínhamos indícios de que era uma boa técnica de manejo, mas, agora temos dados científicos que comprovam os bons resultados resultados”, diz o zootecnista Daniel Rume Casagrande, professor de pastagem da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais.
“Conseguimos quatro arrobas a mais de produção de carne por hectare e com uma economia de fertilizantes”, diz o zootecnista Bruno Grossi Costa Homem, autor da pesquisa e que foi aluno de Casagrande, no curso de Zootecnia da UFLA.
Homem e Casagrande falaram dos resultados desse estudo no programa Giro do Boi, desta quinta-feira, 26. O estudo foi iniciado em 2014 e teve uma duração de 2,5 anos. Foram avaliados três áreas:
- uma área de pasto, sem adubação;
- uma área de pasto adubado;
- uma área de pasto com o consórcio.
Resultados
Ao passo que num pasto adubado o custo com os fertilizantes ficou em R$ 2.446 por hectare, na área de pasto com o consórcio com o amendoim forrageiro ficou em R$ 846. A redução foi de quase três vezes.
Em termos de lucratividade, o sistema se provou ainda mais vantajoso. O lucro por hectare foi de R$ 681, segundo a avaliação da pesquisa.
Tipo de pasto
O sistema vai bem justamente com espécies forrageiras que não são tão exigentes quanto a fertilização, como é o caso do braquiarão. Segundo Casagrande, o efeito da adubação acontece cerca de 2 anos depois do amendoim ser devidamente instalado. No entanto, a tendência é de a planta a depositar cada vez mais nitrogênio no solo.
Os poréns da técnica é que o sistema depende de um consórcio com uma forrageira não tão exigente em termos de fertilizantes. Por isso se encaixou bem o braquiarão. Outro porém é a falta de sementes de amendoim forrageiro para tornar essa opção cada vez mais adotada pelo pecuarista.
Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: