Como produzir um boi precoce, pesado e bem terminado no Pará?

 Pesquisador da Apta Gustavo Siqueira vai apresentar ferramentas zootécnica e economicamente viáveis para o pecuarista paraense em webinar nesta 5ª, dia 30/04

Quais os gargalos que o pecuarista do Pará tem para a terminação de um boi jovem, com a carcaça bem preenchida e com a cobertura de gordura desejável pelo mercado consumidor? A princípio, os obstáculos estão mais ligados a pequenos ajustes de gestão, planejamento e execução do que às condições naturais do estado. Isto porque o clima paraense, em pleno Bioma Amazônico, favorece a pecuária pelo seu calor e umidade disponíveis durante quase o ano inteiro.

“No caso especial do Pará, que a gente levantou, normalmente têm sido abatidos animais inteiros, que é realidade do Brasil, mas no Pará esta proporção é maior, e animais com mais de quatro dentes e com um grau de acabamento um pouco inferior à média do Brasil. Então a gente vai poder mostrar que tem várias ferramentas específicas, viáveis zootécnica e economicamente, para a gente poder melhorar esta realidade do produtor e que o produtor aumente seu lucro”, disse ao Giro do Boi nesta quarta, 29, o doutor em zootecnia e pesquisador Gustavo Rezende Siqueira, da Apta, a Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Gustavo vai apresentar as soluções na palestra “Recria: o principal gargalo para a produção do Boi 777 no Pará“ no 3º Webinar Giro do Boi – Boi 777 no Pará. “Para abater um boi mais jovem, é fundamental que você cuide melhor da sua recria”, frisou. O evento, que será transmitido pela plataforma Zoom, por onde os participantes poderão enviar perguntas, começa na manhã desta quinta-feira, dia 30 de abril, às 8h30 (horário de Brasília). Faça sua inscrição pelo link abaixo para receber o link de acesso à sala do webinar:

Inscrição 3º Webinar Giro do Boi – Boi 777 no Pará

Segundo Gustavo, o pecuarista que usa o boi inteiro em seu sistema, mas não fornece condições para a engorda ideal, dá um “tiro no pé”. “Fazer com que o boi seja inteiro, que teoricamente ganha mais peso, mas não alimentar este animal e abatê-lo velho é o famoso “dar um tiro no pé” de nós mesmos. Você precisa justamente usar a ferramenta que você colocou realmente ao seu favor. […] Se nós queremos usar este animal, que tem um potencial de ganho maior, é fundamental explorá-lo”, recomendou.

Além de Gustavo Rezende Siqueira, o doutor em zootecnia e também pesquisador da Apta Flávio Dutra de Rezende vai palestrar no webinar, levando o tema “Como fazer a terminação do Boi 777 no Pará?”. As palestras, que a princípio estavam agendadas para eventos presenciais no estado do Norte do País, ocorrerão com transmissão online, o que, segundo o pesquisador, tem suas vantagens. “É óbvio que a presença, ir aos locais é muito bom, é importante, mas eu acho que agora a gente talvez consiga levar a (informação) a um número muito maior de pessoas”, ponderou Gustavo.

O doutor em zootecnia inclusive disse que embora as informações sejam direcionadas para produtores paraenses, ela será útil também para pecuaristas de outros estados que enfrentam os mesmos desafios e obstáculos para engordar um boi jovem, pesado e bem terminado. “A gente dividiu os temas, eu vou falar a recria, o professor Flávio vai falar sobre a terminação”, resumiu.

O pesquisador falou ainda sobre a importância de se abater este animal mais bem engordado e precoce para o mercado consumidor e falou também sobre pesquisas em andamento que estão buscando adaptar a realidade do sistema 777 para novilhas, levando em consideração pesos e categorias distintas e peculiaridades do metabolismo das fêmeas.

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Veja a entrevista completa com Gustavo Rezende Siqueira pelo vídeo abaixo:

 

Foto: Reprodução / Apta.sp.gov.br