Agro contra o Câncer: Hospital de Amor desafia pecuaristas em nova etapa da campanha

Diretor voluntário da entidade destacou aumento dos preços dos insumos, incluindo EPIs e remédios, o que elevou déficit para R$ 1 milhão por dia

Nesta segunda-feira, dia 05, o diretor voluntário do Hospital de Amor Rubikinho Carvalho, coordenador da campanha O Agro Contra o Câncer, fez um apelo aos pecuaristas em entrevista concedida ao Giro do Boi e lançou um novo desafio aos produtores solidários à causa.

Nos termos antigos da campanha, o produtor poderia doar R$ 1,00 por cabeça abatida depois de comunicar o frigorífico e assinar um termo de adesão. Mas com o crescimento da dificuldade do Hospital de Amor de suprir o déficit mensal, uma vez que eventos presenciais que apoiavam a entidade não podem mais ser realizados, agora Carvalho solicitou que os pecuaristas façam a doação de R$ 2,00 por rês enviada ao abate.

“Eu acho que continua não atrapalhando em nada o negócio do pecuarista. Já para nós, pegar uma doação anual dos frigoríficos, que hoje soma cerca de R$ 1,3 milhão e virar R$ 2,6 milhões por doar um real a mais, faz uma diferença muito grande”, apontou Rubikinho.

O diretor voluntário lamentou o aumento dos preços dos insumos, o que elevou o déficit do hospital – diferença entre custos da operação e o montante recebido do SUS – para R$ 1 milhão por dia.

“Apesar de nós ganharmos muitas coisas, como, por exemplo, luvas, EPIs, álcool em gel, […] você pega uma luva, ela mais do que triplicou o preço, você pega um EPI, um avental, uma touca… Tudo isso virou uma loucura. Fora os remédios! Os remédios também subiram muito de preço e nós fomos, talvez, um dos maiores compradores. Das drogas de câncer, eu tenho certeza que fomos os maiores compradores. Então a doação de R$ 1,00 a mais por cabeça para o pecuarista, já que mais que dobrou o preço do boi dele, eu acho que não faz diferença nenhuma. E, para nós, seriam vidas e vidas que seriam salvas com esse valor a mais. Então eu vou fazer uma campanha, vamos gravar uns vídeos com o pedido aos pecuaristas […]. Eu acho que nós somos merecedores desse R$ 1,00 a mais”, reconheceu Rubikinho.

O pecuarista que topar o desafio e aceitar os novos termos da campanha O Agro Contra o Câncer pode pedir o termo de adesão diretamente para os compradores de gado das unidades frigoríficas com as quais ele negocia suas boiadas.

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Outra forma de fazer doações ao hospital é informar a intenção de destinar o imposto de renda em prol da entidade. Para pessoas físicas, o montante pode chegar a até 6% do valor devido ao fisco se a intenção de doar for feita até dezembro ou até 3% se a intenção for comunicada mais em cima da hora, como agora no mês de abril. “É um dinheiro carimbado, que você já tem que pagar. Então você doa 3% do que você tem a pagar, 97% vai para o governo e você continua em dia com a Receita Federal como se você tivesse pago os 100% do imposto de renda. E é fácil fazer porque se fosse difícil, nós não teríamos arrecadado R$ 69.000.000,00 o ano passado através do imposto de renda. Hoje é a terceira maior arrecadação do Hospital”, revelou.

Dúvidas sobre esta doação de imposto de renda ao hospital podem ser enderaçadas ao e-mail [email protected] ou mais informações podem ser obtidas pelo site hospitaldeamor.com.br/site/incentivo-fiscal.

O diretor voluntário destacou a importância do setor na manutenção das atividades do hospital. Na última sexta, dia 02, durante leilão das fazendas Reunidas Santa Maria, foi feita a doação de um sela assinada pelo cantor Sorocaba, da dupla Fernando & Sorocaba, rendeu R$ 195.000,00 ao Hospital de Amor, valor que se somou com outros R$ 60.000,00 em doações voluntárias. “Nessas horas é que você vê como o agro é solidário! Você faz um chamado e as pessoas realmente vestem a camisa e pensam no próximo. Eles sabem que o dinheiro, graças a Deus, vai para uma instituição de 60 anos, que nunca teve um risco ou uma dúvida da sua seriedade, da sua honestidade. Então o pessoal vai e realmente ajuda. E nós ficamos muito agradecidos”, revelou Rubikinho Carvalho. “Se não fossem os doadores, nós já havíamos fechado as nossas portas ou não conseguiríamos tratar a quantidade de pessoas que nós tratamos”, acrescentou.

Sela assinada pelo cantor Sorocaba foi arrematada por R$ 195 mil, que foram revertidos ao Hospital de Amor

Além da maior dificuldade imposta pela inflação dos insumos hospitalares, Rubikinho citou que a entidade enfrenta complicações pelo desgaste imposto pelo combate à pandemia de Covid-19.

“Tem sido difícil porque o câncer sempre foi e sempre será a prioridade do Hospital de Amor, mas nós tivemos que diminuir um pouco o ritmo até por causa dessa Covid-19. O hospital, na semana passada, do dia 22 de março até o dia 04 de abril, foi fechado e só ficaram os casos extremamente graves justamente por causa deste surto, dessa onda de pandemia que nós tivemos lá. Barretos é uma cidade que está muito bem preparada para Covid-19, mas mesmo assim os leitos de UTI faltaram, chegaram ao seu limite e nós fizemos tudo que nós poderíamos para poder acomodar os pacientes de Covid. Nós estamos seguindo, não podemos desistir e o câncer é a prioridade nossa, mas o paciente de câncer também não pode esperar sempre. Com isso, com todos esses tumultos, deu ‘uma balançada’ na coisa lá, mas espero que agora essa semana nós voltemos a seguir o caminho com a prioridade de combate ao câncer. Ainda bem que nós temos lá uma Santa Casa que está muito bem montada, que também é cuidada pela Fundação Pio XII, e o Hospital Nossa Senhora, que nós transformamos em cinquenta leitos de UTI. Em Bebedouro também fizemos um trabalho grande junto ao prefeito, principalmente focado na Covid, o que ajudou muito a região”, detalhou Rubikinho.

Rubikinho informou que embora o ritmo de atendimentos tenha diminuído por conta da pandemia, o número de 2020 foram similares aos de 2019, quando foram realizados 910 mil atendimentos, quase 1,9 milhão procedimentos realizados e 227 mil pacientes atendidos.

Números do Hospital de Amor: trabalho que salva vidas.

“O paciente de câncer não pode esperar. Infelizmente essa doença não para e por isso também nós não podemos parar. E assim nós vamos fazendo o possível. Os médicos têm tido um trabalho redobrado para poder manter esses números e os atendimentos. Alguns deles têm ajudado no Covid porque a nossa turma do Covid está simplesmente exausta, debilitada física e psicologicamente também, então muitos médicos do hospital ainda têm dado um suporte à medicina da nossa parte de Covid. Mas o crescimento da doença é muito grande. São 14.600 casos novos de câncer só nos nossos hospitais”, ressaltou.

CARNE QUE SALVA VIDAS

Antes de encerrar sua participação, Rubikinho lamentou a polêmica do recente episódio da marca de cerveja que promoveu em suas redes sociais o “dia mundial sem carne. “Eu acho que eles foram infelizes, uma marca tão boa… Eu mesmo era consumidor daquela verdinha, mas agora não. Esse ataque que eles fizeram ao meu setor, eu só tenho uma maneira de responder, que é nunca mais consumir a Heineken”, lastimou.

Durante sua entrevista, o programa exibiu um vídeo gravado pelo pecuarista, empresário e filantropo Henrique Prata, fundador e presidente do Hospital de Amor, em que ele enaltece a importância do consumo de carnes para a saúde dos pacientes em tratamento de câncer (assista no vídeo abaixo nesta página).

Na gravação, Prata diz: “As pessoas sabem da minha missão como presidente do Hospital de Amor, como a área de câncer é tão importante na minha vida. […] Em toda parte do mundo que eu já visitei, eu sempre procurei saber o que havia de melhor para restabelecer a pessoa que entra em tratamento de câncer. Ela tem uma perda de imunidade, ela tem uma deficiência violenta – sejam crianças ou adultos. A carne vermelha é um elemento essencial para restabelecer a condição de elevar a defesa e a imunidade das pessoas. Por isso nós nunca cancelamos o consumo de carne vermelha. Existe equilíbrio em todos os sentidos em nosso hospital e a carne vermelha é um elemento essencial na vida do hospital”, sustenta.

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“O Henrique foi muito feliz nesse vídeo que ele gravou e é o seguinte: eu queria dizer a todos vocês que na dieta do hospital nós consumimos 18 toneladas de carne bovina por mês porque nós servimos nove mil refeições gratuitas por dia para todos os nossos colaboradores, para todos os pacientes, para todos os acompanhantes e ainda para o nossos hóspedes dos nossos alojamentos. Nós temos 518 leitos para abrigar pacientes onde nós fornecemos o teto, a roupa de cama, a cama, o conforto de um quarto e ainda a alimentação. Então isso prova que a carne tem o seu valor. São 18 toneladas servidas só de carne bovina, e ainda temos suíno, frango e peixe. Então nós gastamos uma tonelada de carne por dia no hospital. E eu acho que cada setor pode fazer uma propaganda enaltecendo o seu produto, mas não agredindo o outro. Por isso eu acho que eles foram muito infelizes e eu acho que isso vai ter um preço. Não é o que eu desejo, mas eu acredito que vá acontecer”, concluiu.

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Assista a entrevista completa com Rubikinho Carvalho no Giro do Boi desta segunda, 05, e o depoimento de Henrique Prata sobre a importância da carne para a imunidade do pessoas em tratamento contra o câncer: