O setor agropecuário brasileiro, sempre em expansão, enfrenta não apenas desafios no campo da produção, mas também no espectro jurídico. Recentemente, um caso no oeste baiano cristalizou a insegurança jurídica que paira sobre os produtores rurais: o bloqueio de múltiplas matrículas de imóveis rurais, somando cerca de 11 mil hectares, conduzido pelo governo do Estado e reforçado por decisão judicial. Assista ao vídeo abaixo para saber melhor essa situação.
Esse episódio suscitou uma vasta preocupação entre os agricultores e pecuaristas da região.
Para abordar esse tema e entender suas implicações, o advogado Pedro Puttini Mendes, especialista em legislação rural e ambiental, explicou os detalhes deste caso no quadro “Direito Agrário” desta terça-feira, 30, no Giro do Boi.
A origem das ações discriminatórias
Puttini Mendes aponta que a raiz dos problemas relacionados a irregularidades de matrículas no Brasil data da Constituição Federal de 1891.
A descentralização do domínio das terras do império para os Estados criou um contexto onde o registro de propriedades tornou-se um terreno fértil para conflitos de terras, especialmente em estados do Centro-Oeste e Norte do País.
As ações atuais e o processo discriminatório
O advogado esclarece que as ações discriminatórias visam diferenciar o que pertence legítimo ao patrimônio público do que foi irregularmente incorporado ao domínio particular.
Este procedimento, em vigor desde as legislações de 1956 e 1976, requer um pedido formal pelos governos estaduais ou federal e a apresentação de documentos que descrevem a terra em questão.
Um perito é nomeado para demarcar a área e, eventualmente, verifica-se a cadeia dominial para assegurar a titularidade legítima.
A importância da documentação regular
Mendes ressaltou a necessidade crítica de uma documentação de propriedade rural cuidadosamente regularizada, o que evita surpresas desagradáveis e assegura a liberdade do proprietário rural de dispor de seu imóvel sem receios de implicações futuras.
A atenção a esses detalhes legais é crucial para a segurança dos negócios agrários e a sustentabilidade do trabalho no campo.
Regularização como chave para a segurança
O bloqueio de terras no oeste baiano é uma lembrança vigorosa da complexidade do direito agrário no Brasil.
As intervenções como a do advogado Pedro Puttini Mendes são essenciais para navegar as águas muitas vezes turbulentas da legislação rural e ambiental.
Este caso se torna um exemplo da imperatividade da regularização fundiária e da atenção constante às mudanças na legislação que afetam diretamente a estabilidade e prosperidade do setor agropecuário.