Está pensando em cofinar neste ano? Que tal oferecer menos milho no cocho dos bovinos e ainda produzir muito mais arrobas de carne? Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes disso.
A técnica foi tema central de uma reportagem que foi ao ar nesta terça-feira, 3, no Giro do Boi.
O milho, hoje, faz parte de um trato comum de animais confinados. O cereal entra na composição da ração como um importante ingrediente energético. É ele que acelera a engorda do boi no confinamento.
Mas você sabia que a cada dez sacas de milho de 60 quilos consumidas pelo gado, duas são perdidas nas fezes do animal. No entanto, é possível fazer com que o boi aproveite ao máximo todo o milho que come.
Processamento de milho para o gado
O grão precisa ser processado como silagem. Pode ser feito com um milho colhido, ainda úmido, com níveis de 30% a 35% de umidade. Ou, ainda, misturar água ao grão seco moído. Dessa forma, das dez sacas, o bovino vai aproveitar de 9,5 a 9,9 sacas.
“Quer dizer, perde-se quase nada do grão. É uma alternativa que todos os produtores podem ter acesso. Esse processo é extremamente importante para melhorar o aproveitamento do milho em confinamento de gado de corte”, diz o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira.
Ele é pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que fica no município de Colina, na região de Barretos. A autarquia está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Põe mais água no milho”
O pesquisador falou sobre o melhor aproveitamento do grão na série de reportagens que o Giro do Boi está fazendo na APTA. Nesta sexta-feira, 10, foi ao ar o sétimo episódio da série.
O milho brasileiro precisa de um processamento para que o amido do cereal seja mais aproveitado no rúmen bovino.
“Simplesmente moer o milho pode até ter gerar variações, mas ele não impacta na mesma grandeza do que o processar úmido”, diz Siqueira.
Esse processamento é fazer uma silagem pura de milho. O pesquisador indica que essa silagem seja feita com o grão colhido ainda úmido, com níveis de 30% a 35% de umidade. No caso do milho seco, o grão precisa ser moído e depois a água é adicionada.
É importante a mistura de milho e água ser a mais homogênea possível. Isso fará com que as bactérias atuem, tornando o amido mais disponível para o gado. O recomendado é esperar 60 dias antes de oferecer esse alimento para os animais.
As vantagens do cereal para a engorda do boi
A silagem úmida de milho pode aumentar em até 15% a digestibilidade da dieta e garantir um melhor aproveitamento do investimento feito pelo pecuarista.
Esta simples troca pode representar um impacto de 15 a 18 quilos a menos de ração, por arroba produzida. A economia é brutal em tempos em que o grão está cada vez mais valorizado no mercado.