A vaca tricross como matriz é uma alternativa eficiente e muito usada em sistemas de cruzamento industrial rotacionado, especialmente quando o objetivo é formar fêmeas produtivas, precoces e adaptadas ao clima tropical. Assista ao vídeo abaixo e entenda.
Essa foi a explicação do zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética de bovinos de corte e autor do blog Crossbreeding, no quadro “Giro do Boi Responde” desta segunda-feira, 14 de julho.
A dúvida partiu do pecuarista Felipe Botero, da Colômbia, interessado em saber até que geração é recomendável manter fêmeas tricross no plantel.
Segundo Zadra, a resposta está diretamente ligada ao nível de heterose (ou vigor híbrido) gerado a cada novo cruzamento.
“Quando usamos raças diferentes e adaptadas, com boas características maternas e pelo curto, conseguimos formar vacas que podem sim ser retidas como matrizes, inclusive nas gerações tricross”, explicou.
Vaca tricross: o que considerar para mantê-la no plantel
A vaca tricross, ou seja, fruto do cruzamento entre três raças diferentes, pode ser usada como matriz desde que apresente boas características maternas, como:
- Precocidade sexual e reprodutiva,
- Boa habilidade materna,
- Rusticidade e adaptação ao calor,
- Pelo curto,
- E estrutura corporal equilibrada.
Zadra reforça que, ao manter vacas tricross como matrizes, o produtor precisa manter o foco na manutenção da heterose, ou seja, evitar cruzamentos entre animais com composição racial muito semelhante.
“Quanto maior o choque de sangue, maior o vigor híbrido”, disse.
Como funciona o sistema rotacional com vacas tricross
O especialista recomenda o uso de um sistema rotacionado ou rotacional de cruzamentos, alternando raças taurinas e zebuínas nas gerações.
Assim, o produtor mantém altos níveis de heterose e produz fêmeas que combinam o melhor das características maternas com eficiência produtiva.
Um exemplo citado por Zadra seria usar, inicialmente, uma fêmea meio-sangue Angus com Nelore. Em seguida, cruzá-la com um touro Caracu, Senepol ou Bonsmara, resultando em uma vaca tricross adaptada.
Essa vaca, por sua vez, pode ser novamente cruzada com um zebuíno para recompor rusticidade e iniciar novo ciclo de heterose.
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Até quando vale a pena usar a tricross?
Zadra explica que o uso de vacas tricross é recomendável por várias gerações, desde que haja planejamento genético e rotatividade de raças.
Se for mantido o foco em vigor híbrido, essas matrizes podem permanecer no rebanho por anos, mantendo boa fertilidade, longevidade e desempenho.
No entanto, o especialista alerta: ao perder o controle da composição racial, há risco de diluição do vigor híbrido, o que compromete o desempenho produtivo e reprodutivo.
Por isso, é essencial monitorar os acasalamentos e, sempre que necessário, voltar com sangue zebuíno para reequilibrar a base genética.
Cruzamento bem feito é lucro na certa
Para o produtor rural, especialmente aquele que atua em regiões tropicais, o uso de vacas tricross como matriz pode ser um caminho estratégico para obter bezerros vigorosos, fêmeas férteis e um rebanho mais produtivo.
A dica é buscar orientação técnica, planejar os cruzamentos e escolher raças que tragam equilíbrio entre desempenho e adaptação.
“Quando você trabalha com heterose e raças bem selecionadas, você potencializa as características de baixa herdabilidade, como precocidade e fertilidade”, finalizou Zadra.
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