PREPARO PARA A ENGORDA!

Recria intensiva a pasto antecipa o abate, reduz custos e aumenta a margem por hectare. Entenda

Sistema potencializa o ganho de peso e a rentabilidade da pecuária, encurtando o ciclo do boi e otimizando o uso da terra com mais produtividade por animal e por hectare. Assista ao vídeo

Recria intensiva a pasto antecipa o abate, reduz custos e aumenta a margem por hectare. Entenda
Recria intensiva a pasto antecipa o abate, reduz custos e aumenta a margem por hectare. Entenda

A recria intensiva a pasto (RIP) tem se consolidado como peça-chave para o sucesso do Boi 7.7.7, um dos modelos de produção mais eficazes da pecuária brasileira. Assista ao vídeo abaixo e confira.

A explicação é do doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), referência nacional em sistemas intensivos de produção. 

Em entrevista ao Giro do Boi, o especialista detalhou como a RIP vem transformando a recria e por que ela é estratégica para antecipar abate, reduzir custos e aumentar a margem por hectare.

Recria ainda é o elo mais fraco da cadeia produtiva

Segundo Gustavo, muitos pecuaristas ainda negligenciam a recria. Animais desmamados são enviados para áreas de pasto de baixa qualidade, com suplementação deficiente e manejo inadequado.

O resultado é a perda de performance: bois que levam mais de dois anos para chegar ao ponto de engorda, ganhando apenas 3 a 4 arrobas ao ano — número muito abaixo do necessário para garantir rentabilidade.

“Se você quiser saber se a sua recria está funcionando, basta olhar o carimbo dos bois que entram para o confinamento. Se são de dois anos atrás, tem algo errado”, alerta o pesquisador.

RIP e Boi 7.7.7: integração que encurta o ciclo e aumenta a margem

Campo experimental de bovinos de corte da Apta de Colina, o berço do "boi 7.7.7". Foto: Reprodução/Giro do Boi
Campo experimental de bovinos de corte da Apta de Colina, o berço do “boi 7.7.7”. Foto: Reprodução/Giro do Boi

A proposta do Boi 7.7.7 é clara: sete arrobas na recria, sete na terminação e abate aos 24 meses. Para isso, a RIP é fundamental.

Ela permite ganhos diários de até 500 g ou mais, mesmo em períodos de seca, garantindo pelo menos 6 arrobas ao ano, com possibilidade de atingir as 7@ com manejo ajustado.

A RIP é baseada em três pilares:

  • Boa pastagem, com manejo eficiente e lotações controladas;
  • Suplementação proteica e energética equilibrada, respeitando o estágio fisiológico do animal;
  • Monitoramento constante, com metas de ganho de peso e ajustes conforme o desempenho.

Da teoria à prática: mais giros, mais arrobas, mais lucro

A APTA desenvolveu estudos comparativos que mostram o poder da RIP. Em um sistema tradicional, um produtor usa uma área durante dois anos para recriar 1.000 bois.

No modelo Boi 7.7.7, com RIP, é possível realizar três giros de 1.300 bois em dois anos na mesma área. O resultado é um aumento expressivo na produtividade por hectare, com redução de tempo e custo por arroba produzida.

“Com a RIP, a gente ganha mais por animal e por área. É um avanço que muda a escala da pecuária brasileira”, afirma Gustavo Siqueira.

Ajustes na dieta são essenciais para evitar erros

A maior lição dos estudos da APTA é que RIP não é só dar mais comida. O balanceamento entre proteína e energia é decisivo.

Dietas ricas em energia, sem o devido suporte proteico, geram acúmulo precoce de gordura e animais que “patinam” na fase de terminação.

A recomendação é o uso de subprodutos proteicos, como DDG, polpa cítrica e casquinha de soja, que permitem o crescimento estrutural do animal, com ganho de massa magra e peso adequado para uma terminação eficiente e lucrativa.

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RIP também impulsiona a precocidade sexual das fêmeas

Campo experimental de bovinos de corte da Apta de Colina, o berço do "boi 7.7.7". Foto: Reprodução/Giro do Boi
Campo experimental de bovinos de corte da Apta de Colina, o berço do “boi 7.7.7”. Foto: Reprodução/Giro do Boi

Além dos machos, a recria intensiva beneficia as novilhas, permitindo que alcancem peso e escore corporal ideais para uma inserção precoce na estação de monta.

O resultado é aumento nas taxas de prenhez e a possibilidade de abate de fêmeas não prenhas com bom acabamento e carcaça valorizada.

“Se ela não emprenhar, não tem problema. Ela vira carne de qualidade e não representa prejuízo para o sistema”, destaca o pesquisador.

O segredo é ajustar o sistema para acompanhar a intensificação

Para Gustavo Siqueira, RIP não é só uma técnica, mas uma mudança de mentalidade.

É preciso revisar os momentos de virada, como entrada no confinamento e suplementação, e entender que o animal com 14 arrobas após a RIP pode precisar de menos tempo na TIP — ou render mais arrobas no mesmo tempo, o que representa economia ou lucro adicional.

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