A sustentabilidade na produção de carne é um tema cada vez mais abordado na esfera agropecuária mundial. No Brasil, essa discussão ganha contornos práticos com o desenvolvimento de protocolos inovadores que não só garantem a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também aprimoram o desempenho dos rebanhos. Assista à entrevista abaixo e saiba os detalhes.
Neste cenário, a zootecnista Dra. Giovana Maciel, pesquisadora da Embrapa Cerrados, em colaboração com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), conduziu um estudo revelador: o uso dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) na recria a pasto e na terminação em confinamento pode resultar na diminuição de até 15% das emissões de metano entérico.
Além disso, os animais submetidos a esses protocolos tiveram ganho de peso superior a 5% comparado ao manejo tradicional, evidenciando a eficácia dessas práticas na melhoria da produtividade.
Aplicações práticas na fazenda
O estudo foi rigorosamente aplicado na Fazenda Experimental Orestes Prata Tibery Jr. em Uberaba (MG), avaliando 32 animais geneticamente superiores.
Os resultados alcançados representam um passo significativo para o setor: redução da idade do abate para 21,5 meses e manutenção de índices de qualidade de carcaça desejados pela indústria, ilustrando como a incorporação desses protocolos pode ser vantajosa para os produtores.
Disponibilidade dos protocolos e rastreabilidade
Em breve, o protocolo CBC estará acessível na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal da CNA, enquanto o CCN já está disponível.
Ambos os protocolos estabelecem um padrão de sustentabilidade ao longo da cadeia produtiva, alinhados com as exigências regulatórias e de mercado para a produção responsável.
Sistemas ILPF e ILP como referências
Dentro dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP), evidenciou-se não só a redução de gases de efeito estufa, mas também expressivos aumentos de peso de 4,2% e 8,1%, respectivamente, em comparação com o rebanho padrão.
Além da redução significativa das emissões, os protocolos CCN e CBC garantiram carne com qualidade.
Os resultados após o abate refletiram um ótimo rendimento de carcaça, além da presença de gordura e desenvolvimento muscular ideais.
Esses aspectos realçam o potencial dos protocolos em aliar sustentabilidade e excelência na qualidade da carne fornecida ao consumidor.
Avanço na segurança alimentar e práticas verdes
A entrevista com a Dra. Giovana Maciel enfatiza um ponto crucial: é possível aliar segurança alimentar a práticas pecuárias mais verdes.
As iniciativas e protocolos recentes desenvolvidos no Brasil são um exemplo claro de que o país está na dianteira de uma revolução sustentável no mercado de carne, preparando o terreno para um futuro mais ecológico e produtivo na pecuária mundial.
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