Pecuaristas, o Wagyu é uma raça conhecida mundialmente por sua carne macia e com alto marmoreio, mas o longo período de terminação sempre foi um desafio para a rentabilidade.
No entanto, um estudo inédito da USP, conduzido pelo Laboratório de Ciência da Carne, traz uma notícia revolucionária para o setor. Veja o vídeo abaixo e saiba mais.
A pesquisa revelou que é possível manter a qualidade de carcaça, maciez e perfil saudável da carne, mesmo com uma redução de 15 meses na idade de abate dos animais.
A médica-veterinária Angélica Pereira, professora da USP, e a técnica da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, Iris Santana, detalharam o estudo no programa Giro do Boi desta terça-feira, 16 de setembro.
O experimento: 43 meses vs. 28 meses
O estudo, que durou dois anos e meio, acompanhou o desenvolvimento de bovinos Wagyu Kuroge na Fazenda Yakult, em Bragança Paulista (SP). Os pesquisadores compararam dois grupos de machos castrados, mantidos nas mesmas condições de manejo e dieta.
- Lote 1: Abatido com idade média de 28 meses, com peso médio de 607,3 kg.
- Lote 2: Abatido com idade média de 43 meses, com peso médio de 827,8 kg.
Os resultados mostraram que a idade não alterou atributos relevantes de qualidade, como maciez, deposição de gordura, palatabilidade e aceitação sensorial da carne.
Aos 28 meses, as progênies de Wagyu Kuroge já apresentam as características que o mercado gourmet exige.
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Benefícios para toda a cadeia produtiva
A redução na idade de abate do Wagyu traz vantagens para todos os elos da cadeia da carne.
- Produtor: Menor custo de produção e maior rentabilidade das fazendas.
- Consumidor: Acesso a uma carne de alta qualidade e com menor impacto ambiental.
- Mercado gourmet: Peças de carne menores, que são mais desejáveis no preparo dos pratos.
- Indústria: Maior rendimento de carcaça e menor “quebra” de rendimento na desossa, com cortes com quantidade mais desejável de gordura.
Linhagens de Wagyu: qual a mais lucrativa?
Um segundo experimento avaliou a influência de quatro linhagens de Wagyu Kuroge (100% Tajima, Hiroshima, Alto 100% Tajima e Itozakura) sobre o desempenho e a qualidade da carne. Os animais foram mantidos nas mesmas condições de manejo e dieta por 666 dias.
- Hiroshima e 100% Tajima: Tiveram maior escore de marmorização.
- Hiroshima: Obteve o menor valor médio para espessura de gordura subcutânea.
O estudo conclui que todas as linhagens têm um alto valor agregado, mas as linhagens Hiroshima e 100% Tajima se destacam. As linhagens 100% Tajima e Itozakura tiveram melhores indicativos no escore de marmorização, espessura de gordura subcutânea.
O estudo inédito da USP, que agora está na reta final, reforça o potencial do Wagyu na pecuária brasileira e traz um caminho para que os produtores possam ampliar a presença da carne mais valorizada do mundo no prato dos brasileiros, com maior eficiência e sustentabilidade.
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