Tabapuã: faça três IATFs e emprenhe 80% de suas novilhas

Confira a entrevista com o criador Sérgio Germano, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT)

O Tabapuã é uma raça brasileira de corte formada especialmente na década de 1940, fruto do trabalho criterioso de diversos pecuaristas. Os principais pólos de criação da raça são os Estados da Bahia, Goiás, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

No entanto, a tendência é que esse rebanho cresça cada vez mais por conta de uma recente base de dados de genoma da raça.

A Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT), com o apoio técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), passou a contar com um trabalho de genotipagem de cerca de cinco mil touros.

Esse trabalho elevou a acurácia das Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) dos touros Tabapuã de 23% para 60%.

“Conseguimos, há dois anos, fazer o lançamento da DEP genômica, o que dá uma segurança muito grande para poder trabalhar para você usar o animal”, diz o engenheiro agrônomo Sérgio Germano, criador da raça e atual presidente da ABCT.

Touro Tabapuã: acurácia de DEP saltou de 23% para 60%. Foto: Sérgio Germano
Touro Tabapuã: acurácia de DEP saltou de 23% para 60%. Foto: Sérgio Germano

Desafio das precocinhas

Germano esteve no programa Giro do Boi desta terça-feira, 28. Ele falou sobre o crescente desempenho da raça, a expansão de criatórios pelo País e a precocidade das fêmeas.

Uma das importantes características das fêmeas do Tabapuã é ser muito precoces, conseguindo emprenhar bem cedo.

Na fazenda de Germano, por exemplo, esse desafio já é feito há cerca de cinco anos.

“Chegamos a 15 meses no máximo. Já teve ano, dentro de cerca de 100 matrizes que a damos, tivemos mais de 80% de taxa de índice de prenhez, em três inseminações, sem o touro de repasse”, diz o presidente da ABCT.

Lote de fêmeas Tabapuã em área de pasto. Foto: Sérgio Germano
Lote de fêmeas Tabapuã em área de pasto. Foto: Sérgio Germano

Tabapuã em expansão

Outra característica que chama a atenção dos criatórios são os aspectos de docilidade dos animais, ser totalmente mocha e com biótipo para produção de carne.

“Nosso trabalho é muito voltado para o melhoramento genético para fazer um animal produtivo, utilizando todas as tecnologias como ultrassonografia de carcaça para poder identificar o animal produtivo”, diz Germano.

Segundo dados de 2020 da ABCZ, são 461,8 mil animais registrados. O peso médio dos machos a desmama é de 195 quilos e o das fêmeas de 180 quilos. Ao sobreano, os machos atingem 326 quilos e as fêmeas 276 quilos.