O criador Pedro Ricardo, com propriedade no sul do estado do Pará, quer produzir animais rústicos, que desempenhem bem no clima tropical úmido daquela região amazônica. Para tanto, ele quer saber se é recomendável o acasalamento de suas matrizes Girolando com touros da raça Pardo-Suíço leiteiro.
O zootecnista Alexandre Zadra, autor do blog Crossbreeding e supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, tirou a dúvida de Pedro Ricardo.
“A gente tem que lembrar o seguinte: as meio-sangue vivem muito bem no pasto, são matrizes próprias para um clima tropical úmido, com as quais você vai ter uma recria e ter animais no pasto para produzir leite. Então esse é o grau de sangue ideal, ou seja, meio-sangue de raças tropicais, como, por exemplo, o Girolando F1, que é uma excelente vaca que produz muito bem a pasto. Considerando, logicamente, os níveis nutricionais de cada sistema, ela pode produzir bem num pasto rotacionado no calor”, apontou.
“Quando você pensa numa terceira raça, o Pardo-Suíço é uma boa opção, você vai fazer um ¾ europeu e que ainda tem um choque de sangue, uma heterose. Isso confere uma certa adaptabilidade, rusticidade ou sobrevivência às fêmeas filhas desse cruzamento, que vão ficar como matrizes leiteiras suas de qualidade”, indicou.
No entanto, a inserção de mais sangue europeu no cruzamento requer reforço na nutrição. “O que a gente recomenda é que, pós-desmama, você capriche sempre numa suplementação, trabalhando com algum concentrado, que elas vão responder bem”, sugeriu.
O especialista em cruzamentos acrescento ainda outra opção ao criador. “Se você quiser manter mais ou menos esse grau de sangue, eu recomendo que se use o Girolando ⅝ sobre as suas meio-sangue e aí você vai ficar com um nível de 56% de sangue europeu na média na sua progênie. Usando Girolando sobre as suas meio-sangue, você vai produzir um leite adequado para o pasto. São vacas bem adaptadas para o clima tropical úmido e que, a pasto, vão produzir o que você precisa”, sustentou.
“Nós temos outras opções de europeu, como o Jersey. Basicamente seria fazer a mesma coisa que você iria fazer com o Pardo-Suíço na meio-sangue, mas você faria com o Jersey na meio-sangue, contanto que você tenha uma ração pós-desmama para que essa fêmea seja recriada e depois dê leite com capricho para você”, apresentou.
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“As vacas ¾ europeias são um pouco mais delicadas, mas dando uma boa ração, tendo sombra e água para que elas tenham conforto térmico, você vai produzir um bom leite. Com a ¾ europeia, você tem a vantagem de não precisar ter bezerro ao pé no momento da ordenha. E você tem também na ¾ europeia uma uma persistência maior da curva de lactação na comparação com as Girolando. Mas trabalhando bem o Girolando, você também consegue produzir bem a pasto com mais rusticidade”, concluiu.
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Confira a resposta completa de Alexandre Zadra no vídeo a seguir:
Foto ilustrativa: Luiz Gustavo Pereira / Reprodução Embrapa