O Giro do Boi desta sexta-feira, 15, apresentou o último quadro da série Embrapa em Ação – Pecuária Sul, que fica em Bagé (RS), para falar do risco de uma menor tendência de consumo de proteína animal, como a carne bovina no Brasil.
Uma pesquisa, realizada com mais de 9 mil pessoas no Brasil, indica que cerca de 60% dos entrevistados estão dispostos a diminuir o consumo de alimentos de origem animal, entre eles a carne. O principal motivo desta redução está ligado com a preocupação com a própria saúde.
“O que interessante é essa pesquisa foi feita pelo Good Food Institute é um instituto que está estimulando pesquisas e incentivando, inclusive economicamente pesquisas para busca de proteína vegetal”, diz Elen Nalério, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul.
A pesquisadora inclusive destacou que na pesquisa a preocupação com o meio ambiente é o fator que menos está pesando na decisão dos entrevistados, pois apenas 3% deles afirmaram que a mudança de hábito alimentar está relacionado a questões ambientais.
Riscos à saúde
A pesquisadora adverte que a retirada da proteína animal pode até criar um maior risco para a saúde pois é essa categoria de alimentos que são fonte de nutrientes essenciais para o corpo humano.
“Vamos desde a vitamina B12, que, em geral, as pessoas que retiraram a proteína de origem animal vermelha da dieta, ela precisa de suplementar, pois esta vitamina é muito importante para o organismo. E junto com ela, uma série de outros aminoácidos essenciais também ficam de fora”, diz Elen.
Um dos aminoácidos essenciais é a fenilalanina que está relacionada a produção dos hormônios da boa sensação, como a serotonina. “Tem estudos inclusive que apontam que pessoas vegetarianas têm maior propensão de distúrbios de depressão”, diz a pesquisadora.
Alimentos processados
Outro ponto importante nessa mudança de hábito alimentar é a busca por alimentos à base de vegetais que entram como substitutos para a carne, por exemplo. Por serem muito processados acabam retirando o efeito de alimentos frescos e naturais, além de não trazer todos os nutrientes necessários para a dieta.
“Quando a gente vê as pessoas reduzindo o consumo de carne ou deixando de consumir com foco na saúde, e vemos elas migrando para substitutos da carne, elas passam a consumir um produto altamente processado, que é o contrário do que elas estão buscando. Para mim, é um contrasenso”, diz a pesquisadora.
Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: