Pecuaristas devem superar desafios para confirmar aumento de 12% no confinamento

Grandes confinamentos ainda não garantiram o gado de reposição para a terminação de 3,7 milhões de cabeças em cocho neste ano, conforme expectativas da Assocon

O Giro do Boi desta terça, 24, levou ao ar entrevista ao vivo em estúdio com o gerente executivo da Assocon, a Associação Nacional da Pecuária Intensiva, Bruno Andrade. Ele ponderou sobre as perspectivas da entidade sobre o crescimento de quase 12% no volume de gado confinado em 2018 a comparação com 2017, o que elevaria o número de animais engordados em cocho de de 3,3 para 3,7 milhões de cabeças.

Andrade explicou que o confinamento é uma atividade dinâmica, em que o investimento é alto, por isso as mudanças são frequentes. “Existe uma expectativa que a gente apurou a partir de uma pesquisa com todos os associados de crescimento de 12%. Entretanto, quando a gente vai a fundo nesta pesquisa, a gente vê que não são todos os animais que estão garantidos para a safra 2018, então para que essa expectativa de crescimento seja cumprida, ainda é necessário que os grandes confinamentos comprem no mercado aproximadamente 800 mil animais”, detalhou.

Neste exato momento, os animais já garantidos pelos confinamentos para esta entressafra não representam crescimento sobre o ano passado, mas o cenário ficará mais definido no final do mês de agosto, quando será possível ter dados mais concretos sobre a aquisição dos animais de reposição ou não.

Além do boi magro, o milho, principal insumo utilizado no cocho, também representou desafio para o confinador. O cenário deixou incertas as estimativas para terminação em cocho nos estados de Goiás e São Paulo, por exemplo. No Mato Grosso, a particularidade de proximidade às áreas produtoras de grãos fez com que as estimativas ficassem mais estáveis.

Para os pecuaristas que ainda estão decidindo sobre a terminação em cocho, Andrade recomendou investimento em tecnologias que permitam aos animais expressarem todo o seu potencial produtivo, além da utilização de ferramentas de proteção de preços no mercado futuro ou de opções. “Não deixar tudo para a última hora porque no confinamento isso não dá certo”, reforçou.

O conhecimento técnico sobre a atividade intensiva também é um insumo essencial para o confinador. Por isso, a Assocon está levando para cidades do interior do país, que tenham vocação para a pecuária de corte, a Escola de Pecuária Intensiva. A próxima edição acontecerá entre 30 e 31 de julho em Barretos-SP, reunindo produtores, peões, auxiliadores, tratadores e demais profissionais interessados em confinamento, que podem reservar vagas pelo telefone (14) 9 9688 2032 ou pelo e-mail [email protected].

Ainda em 2018, as cidades de Mozarlândia, em Goiás, e Barra do Garças, no Mato Grosso, receberão edições da Escola de Pecuária Intensiva.

Veja a entrevista completa de Bruno Andrade ao Giro do Boi desta terça, 24: