Que tal recuperar uma área de solo arenoso com um bom manejo de pasto e com o pastejo do boi? Esta é basicamente a ideia do Sistema São Matheus.
O sistema é um modelo de integração lavoura-pecuária (ILP) para a região do bolsão sul-mato-grossense. Neste caso, o componente pasto e boi entram primeiro, inclusive com correções no solo.
O trabalho mais eficiente com o manejo de cultivares de forrageiras junto com o gado tem garantido a melhoria de áreas para o estabelecimento de sistemas de integração com a lavoura.
“O sistema São Mateus foi criado para viabilizar a integração lavoura-pecuária em solos arenosos ou em solos de risco. Funciona muito bem em áreas boas e também é viável economicamente em áreas de risco”, diz o engenheiro agrônomo Mateus Arantes.
Arantes junto com o time de pesquisadores da Embrapa ajudaram a validar este sistema desde 2012. O especialista apresentará uma série com oito episódios falando sobre as vantagens deste tipo de integração.
Nesta quinta-feira, 30, foi ao ar no Giro do Boi, o primeiro episódio. Agora, toda quinta-feira, Arantes trará outros aspectos sobre essa tecnologia para a produção de carne bovina e cereais.
Como o sistema funciona?
O ponto crucial é o uso do pasto para recuperar área degradada e posteriormente entrar com a lavoura.
“Primeiro a gente faz toda adequação química e de preparo do solo e entra com a pastagem. Essa passagem fica pelo menos de 6 a 12 meses com o gado em cima produzindo a em torno de 15 a 20 arrobas por hectare”, diz Arantes.
A grande vantagem é que, fazendo isso, o produtor pode fazer uma recuperação de solo mais econômica sem a necessidade de revolvimento do solo.
A implantação de grão pode ser a lavoura que for mais interessante para a propriedade, como as culturas de soja, milho e algodão.
“O importante é que a gente recupere essa área um ano antes com pasto fazendo todas as recomendações e as adequações pertinentes para que a gente consiga um alto uma alta produtividade ao longo desse tempo”, diz o especialista.
Sistema mais produtivos, porém, exigente
O único porém destacado por Arantes é a exigência técnica para a gestão do Sistema São Matheus.
“É um sistema técnico e precisa ser muito bem executado pelo produtor rural. Não é algo simples. Não é algo usual e fácil porque envolve a integração de sistemas, alta produção de forragem de gado e de soja”, diz o especialista.
No entanto, se conduzido adequadamente, os ganhos são muito satisfatórios. Ele permite uma alternativa para maior intensificação da produção de bovinos e maior retorno de capital em menos tempo.