O que esperar do cruzamento de touro Senepol com vaca Nelore? Esta foi a pergunta lançada pelo telespectador Jerônimo David Dias de Campos, com propriedade em Novo São Joaquim-MT, e que foi respondida nesta segunda, 13, por Alexandre Zadra, zootecnista, autor do blog “Crossbreeding” e supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.
Em seu quadro no Giro do Boi, o Zadra Responde, o especialista disse aprovar o cruzamento. “O que a gente pode esperar de um cruzamento de um animal taurino (Senepol) e um animal zebuíno (Nelore) é a heterose máxima, choque de sangue máximo, é um resultado máximo quando a gente usa desta ferramenta que é o cruzamento industrial, cruzamento entre raças, então é ótimo. [..] Você tem choque de sangue, heterose máxima, heterozigose máxima e resultados de heterose muito bons”, confirmou.
O zootecnista ressaltou a rusticidade do animal resultado da cruza. “Outra vantagem que você tem de usar um Senepol sobre a Nelore é que o Senepol é um biotipo britânico, ele é um animal ideal para ser usado sobre a matriz Nelore como touro. Pelo tamanho dele, vai muito bem, e é um touro que cobre bem no pasto. Ele faz um trabalho muito bom no Brasil tropical porque ele é pelo zero. Quanto mais calor está, mais o Senepol vai para o calor comer, é impressionante a raça como rústica!”, apontou.
Segundo Zadra, em cruza com o Nelore, o Senepol desempenha papel semelhante a raças taurinas na padronização das carcaças. “Guardando as devidas proporções de seleção, o Senepol faz o mesmo trabalho do Angus na matriz zebuína. Você tem choque de sangue e você equilibra o tamanho. Você tem um animal com fisiologia mais tardia, mais alto, como a vaca zebuína de um modo geral, e um animal taurino tipo britânico, que é o Senepol, aí nos casos como os europeus como Angus e o Hereford. E quando você usa um biotipo britânico sobre a matriz zebuína, você faz a carcaça que o frigorífico solicita, que o frigorífico pede. É uma carcaça de 250 a até 280 a 300 kg, que é uma carcaça de boa qualidade com animal precoce, mesmo a pasto, abatendo precoce de 24 a 30 meses. Você faz esse animal cruzando estes dois biotipos”, reforçou.
O zootecnista disse ainda que o criador pode aproveitar a F1 como matriz no rebanho. “Existe uma questão interessante, que é a fêmea meio-sangue Senepol x Nelore. Ela tem o mesmo biotipo da fêmea meio-sangue Angus x Nelore, é uma fêmea de boa precocidade sexual, boa habilidade materna, sem pelo, 100% tropical, a qual você pode cruzar, inclusive aí na sua terra, com um europeu, uma raça europeia sobre a feminha Senepol x Nelore, por exemplo. Já que a gente fez uma F1 de menor porte, podemos usar um europeu de grande porte, nesse caso, se for um cruzamento rotacionado, você pode usar um Simental ou um Hereford ou um Angus. Se for um cruzamento terminal, recomendamos o maior ganhador de peso do mundo, que é o Charolês sobre esta fêmea Senepol x Nelore”, disse o especialista, apresentando as possibilidades.
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Qual é a sua dúvida sobre cruzamento industrial? Envie para o quadro ‘Zadra Responde” no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].
Veja a resposta completa de Alexandre Zadra no vídeo a seguir: