A recria intensiva a pasto (RIP) é um dos pilares da pecuária moderna e eficiente, sendo determinante para garantir um ciclo de produção rentável. No entanto, erros estratégicos podem comprometer o desempenho dos animais e drenar os lucros da fazenda. Assista ao vídeo abaixo e saiba em detalhes quais são.
O médico-veterinário, pecuarista e consultor Ademir Ribeiro, idealizador do programa Touro Zero e um dos titulares da Estância Espora de Prata, conversou com o Giro do Boi diretamente de sua fazenda em Ariquemes (RO) para destacar os principais equívocos cometidos na RIP e como evitá-los.
1. Falha no planejamento da lotação e da pastagem
Muitos pecuaristas desconsideram a capacidade de suporte da fazenda, tratando pasto e lotação de forma inadequada
Ribeiro enfatiza que o produtor precisa enxergar sua propriedade como duas fazendas: uma das águas e outra da seca.
A falta de estratégia na distribuição dos animais e no manejo da pastagem pode levar a superlotação no período seco, resultando em baixa oferta de forragem e perda de desempenho.
2. Ausência de controle e monitoramento do ganho de peso
A falta de mensuração do ganho médio diário (GMD) e da qualidade da pastagem compromete a tomada de decisões.
Segundo Ribeiro, medir o peso dos animais periodicamente permite avaliar se a estratégia nutricional está funcionando e se a taxa de lotação está adequada. Sem esse controle, o pecuarista perde a oportunidade de corrigir falhas e otimizar o desempenho da recria.
3. Erros na suplementação e ajuste nutricional
Outro equívoco comum é não fornecer suplementação adequada ao longo do ano. O consultor explica que a RIP exige ajustes nutricionais conforme a sazonalidade climática, garantindo que os animais recebam a quantidade necessária de proteína e energia para manter o crescimento constante.
O uso de proteinados na fase inicial e o aumento da oferta de concentrados na seca são estratégias essenciais para evitar queda no desempenho.
4. Falta de estrutura e logística eficiente
O manejo inadequado do pasto e a ausência de uma estrutura funcional, como cochos mal distribuídos ou desorganização no fornecimento de suplementos, prejudicam a eficiência do sistema.
Ribeiro destaca que a adoção de tecnologias como rastreabilidade, software de gestão e silos graneleiros para alimentação pode facilitar a operação e reduzir desperdícios.
5. Não adaptar a RIP à realidade da fazenda
Cada propriedade tem suas particularidades, e tentar replicar um modelo sem considerar as condições locais pode ser um erro grave.
O consultor recomenda que os pecuaristas analisem os ciclos climáticos da região e adotem estratégias como a “fatiar a RIP”, ajustando a suplementação e a lotação ao longo do ano para garantir melhor aproveitamento do pasto.
Conclusão para uma boa RIP!
A RIP bem executada pode garantir um crescimento acelerado dos animais e reduzir os custos de produção, mas erros no manejo, na suplementação e na gestão da lotação podem comprometer os resultados.
Com planejamento estratégico, monitoramento do desempenho e ajustes nutricionais conforme a estação, é possível aumentar a eficiência produtiva e maximizar a lucratividade da fazenda.