SUPLEMENTAÇÃO NAS ÁGUAS

Recria intensiva a pasto (RIP): não cometa estes erros! Eles drenam o lucro da fazenda

O médico-veterinário e consultor pecuária Ademir Ribeiro explica as falhas mais comuns na recria e como evitá-las para aumentar a lucratividade. Assista vídeo

Recria intensiva a pasto (RIP): não cometa estes erros! Eles drenam o lucro da fazenda
Recria intensiva a pasto (RIP): não cometa estes erros! Eles drenam o lucro da fazenda

A recria intensiva a pasto (RIP) é um dos pilares da pecuária moderna e eficiente, sendo determinante para garantir um ciclo de produção rentável. No entanto, erros estratégicos podem comprometer o desempenho dos animais e drenar os lucros da fazenda. Assista ao vídeo abaixo e saiba em detalhes quais são.

O médico-veterinário, pecuarista e consultor Ademir Ribeiro, idealizador do programa Touro Zero e um dos titulares da Estância Espora de Prata, conversou com o Giro do Boi diretamente de sua fazenda em Ariquemes (RO) para destacar os principais equívocos cometidos na RIP e como evitá-los.

1. Falha no planejamento da lotação e da pastagem

Bovinos em recria a pasto. Foto: Reprodução
Bovinos em recria a pasto. Foto: Reprodução

Muitos pecuaristas desconsideram a capacidade de suporte da fazenda, tratando pasto e lotação de forma inadequada

Ribeiro enfatiza que o produtor precisa enxergar sua propriedade como duas fazendas: uma das águas e outra da seca.

A falta de estratégia na distribuição dos animais e no manejo da pastagem pode levar a superlotação no período seco, resultando em baixa oferta de forragem e perda de desempenho.

2. Ausência de controle e monitoramento do ganho de peso

A falta de mensuração do ganho médio diário (GMD) e da qualidade da pastagem compromete a tomada de decisões.

Segundo Ribeiro, medir o peso dos animais periodicamente permite avaliar se a estratégia nutricional está funcionando e se a taxa de lotação está adequada. Sem esse controle, o pecuarista perde a oportunidade de corrigir falhas e otimizar o desempenho da recria.

3. Erros na suplementação e ajuste nutricional

Bovinos em sistema de Recria Intensiva a Pasto conduzidos por Ademir Ribeiro. Foto: Ademir Ribeiro

Outro equívoco comum é não fornecer suplementação adequada ao longo do ano. O consultor explica que a RIP exige ajustes nutricionais conforme a sazonalidade climática, garantindo que os animais recebam a quantidade necessária de proteína e energia para manter o crescimento constante.

O uso de proteinados na fase inicial e o aumento da oferta de concentrados na seca são estratégias essenciais para evitar queda no desempenho.

4. Falta de estrutura e logística eficiente

Exemplo de cocho bem adaptado para garantir melhores resultados na fazenda. Foto: Ademir Ribeiro

O manejo inadequado do pasto e a ausência de uma estrutura funcional, como cochos mal distribuídos ou desorganização no fornecimento de suplementos, prejudicam a eficiência do sistema.

Ribeiro destaca que a adoção de tecnologias como rastreabilidade, software de gestão e silos graneleiros para alimentação pode facilitar a operação e reduzir desperdícios.

5. Não adaptar a RIP à realidade da fazenda

Cada propriedade tem suas particularidades, e tentar replicar um modelo sem considerar as condições locais pode ser um erro grave.

O consultor recomenda que os pecuaristas analisem os ciclos climáticos da região e adotem estratégias como a “fatiar a RIP”, ajustando a suplementação e a lotação ao longo do ano para garantir melhor aproveitamento do pasto.

Conclusão para uma boa RIP!

A RIP bem executada pode garantir um crescimento acelerado dos animais e reduzir os custos de produção, mas erros no manejo, na suplementação e na gestão da lotação podem comprometer os resultados.

Com planejamento estratégico, monitoramento do desempenho e ajustes nutricionais conforme a estação, é possível aumentar a eficiência produtiva e maximizar a lucratividade da fazenda.