No quadro “Giro do Boi Responde” desta segunda-feira, 22 de julho, Antonio Chaker, renomado zootecnista, mentor do Fazenda Nota 10 e diretor do Instituto Inttegra, respondeu à dúvida do pecuarista Antonio Luiz Nogueira sobre a melhor forma de projetar um sistema de remuneração dos funcionários de uma fazenda de ciclo completo conforme o desempenho e contribuição para o aumento de produtividade. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Chaker explica que a remuneração variável é uma excelente forma de reconhecer o esforço e o desempenho dos bons colaboradores, mas não deve ser vista como uma solução para transformar colaboradores desmotivados ou não engajados.
Para que a remuneração variável funcione efetivamente, é necessário que a equipe já esteja comprometida com os objetivos da fazenda.
Calibração da remuneração variável
Um ponto crucial é conectar a remuneração variável ao valor dos salários dos funcionários. Chaker recomenda que a bonificação não ultrapasse três salários mensais adicionais.
Dessa forma, é possível calibrar a remuneração de forma justa para todos os envolvidos, independentemente da faixa salarial em que se encontram.
Definição de metas e avaliação de desempenho
Para uma fazenda de ciclo completo, que inclui etapas de cria, recria e engorda, Chaker sugere premiar os funcionários com base no cumprimento de metas específicas.
Exemplos de metas incluem taxas de prenhez, mortalidade de bezerros, taxa de desmame e peso ao desmame.
No setor de recria e engorda, as metas podem se concentrar no cumprimento da previsão de abate em termos de data e peso dos animais. Esses indicadores ajudam a medir o desempenho e a eficiência dos processos produtivos.
Implementação do plano de bonificação
Uma estratégia eficaz é iniciar com um período de simulação, no qual todas as métricas são controladas e monitoradas durante um ano antes de efetivamente iniciar o pagamento das bonificações.
Esse período de teste permite ajustar o plano e garantir que todos os números estejam corretos e que os funcionários compreendam claramente as metas a serem atingidas e como elas impactam a remuneração.
Autofinanciamento e flexibilidade
Chaker enfatiza que o plano de remuneração variável deve ser autofinanciado, isto é, os ganhos gerados pelo aumento de produtividade devem cobrir os custos das bonificações.
Além disso, o plano deve ser flexível, permitindo ajustes a cada ciclo produtivo para se adequar às necessidades e objetivos da fazenda.
Comunicação e transparência
Para que o plano de remuneração seja eficaz, é fundamental manter uma comunicação clara e contínua com a equipe.
As regras do plano devem ser bem explicadas no início da safra, e os funcionários precisam ser constantemente informados sobre o progresso em direção às metas.
Isso evita mal-entendidos e mantém a motivação alta, pois todos saberão exatamente o que precisam fazer para alcançar as bonificações.
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