O criador de gado de leite Antônio Sérgio Rosa, de Taubaté-SP, informou em mensagem ao Giro do Boi que comprou um tourinho Holandês. Segundo confirmou, o reprodutor é filho de um touro que é comprovadamente capaz de viabilizar em suas filhas a produção de leite com beta caseína a2a2. Em seguida, o mesmo produtor perguntou qual a melhor raça para cobrir seu rebanho leiteiro com base Jersey. Conforme ressaltou, seu objetivo é fazer reposição de fêmeas e criar bezerros machos com valor agregado para o corte.
Quem esclareceu os cenários para o pecuarista foi o zootecnista Guilherme Marquez, gerente nacional de produto leite da Alta Genetics. Antes de mais nada, Marquez explicou o que é beta caseína a2a2.
“É uma proteína do leite que vai trazer uma melhor digestibilidade para este alimento. Quando o leite não tem beta caseína a2a2, ele pode resultar na construção de um peptídeo em uma cadeia dentro do nosso aparelho digestivo. As nossas enzimas produzidas pelo pâncreas, pelo fígado, não conseguem quebrar (o peptídeo). Então a gente começa com um quadro alergênico, empipoca, dá diarreia e vômito. Portanto, é por isso que as pessoas estão buscando esse leite com beta caseína a2a2”, disse em síntese.
HERDABILIDADE DA CASEÍNA A2A2
Logo depois, o zootecnista detalhou como funciona a herdabilidade desta característica para produzir o leite com a beta caseína a2a2. De acordo com o especialista, os animais se dividem em três linhagens para a produção da proteína no leite: a1a1, a1a2 e a2a2. Nesse sentido, se um touro é a2a2 e cruza com uma vaca a2a2, 100% das fêmeas da cruza vão produzir leite bom beta caseína a2a2. Da mesma forma, se um touro a2a2 cruzar com vaca a1a2, 50% dos animais vão ter a característica desejável. Por último, quando um touro a2a2 cruza com vaca a1a1, nenhuma bezerra vai ter potencial para produzir leite com caseína a2a2.
Em resumo, o zootecnista confirmou, então, que o produtor precisa genotipar a vaca para saber a herdabilidade da característica.
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CRUZAMENTO PARA BASE JERSEY
Posteriomente, Marquez respondeu a segunda dúvida do criador, que quer saber a melhor raça para cobrir suas fêmeas Jersey. “Eu gosto muito do Jersey. […] Só que você quer melhorar os seus bezerros […] para aproveitar tanto para o leite, quanto para o corte”, salientou.
Assim, Marquez lembrou que a recomendação do extinto programa Pró-Cruza, criado em meados da década de 1960, indicava o Sindi para esta função. “O Sindi vai fazer um Jersey que não vai dar problema de parto, pois ele vai ter o mesmo tamanho. Porém, ele vai ter uma parte menos taurina, o que vai ‘encher’ mais mais. Ele vai ficar mais gordinho e você vai aproveitar a venda do produto. Então eu recomendaria o Sindi para você trabalhar com o Jersey. As fêmeas vão ser boas de leite. Use uma linhagem leiteira do Sindi. E os machos você aproveita para vendê-los, todos com muito padrão”, disse em conclusão.
Por fim, assista a resposta completa do especialista sobre produção de leite com caseína a2a2 e cruzamento para vacas Jersey:
Foto: Reprodução / Casa Civil
