A pecuária brasileira tem ganhado os holofotes globais ao unir tradição com tecnologia e sustentabilidade — e um dos maiores exemplos disso é a Agro Penido, empresa liderada por Caio Penido, atual presidente do IMAC e gestor da Fazenda Água Viva, em Cocalinho (MT). Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.
Em entrevista ao programa Giro do Boi, Caio revelou como a propriedade se transformou em referência em carne gourmet com carbono positivo, mostrando que é possível produzir proteína animal de qualidade sem abrir mão da preservação ambiental e do resultado financeiro.
A Agro Penido passou por uma reestruturação após a divisão da antiga Fazenda Roncador, que já foi considerada a maior do Brasil.
Agora, com 15 mil hectares sob sua gestão direta, Caio comanda um sistema produtivo de cruzamento industrial, intensificação a pasto e rastreabilidade, certificações de bem-estar animal e baixo carbono.
Carne premium e carbono positivo: inovação do campo ao prato
Caio trabalha com animais cruzados Nelore e Angus, com terminação intensiva a pasto e suplementação.
Em lotes especiais, ele ainda produz carne ultra gourmet com tricross de Wagyu, Angus e Nelore, buscando maciez, marmoreio e sabor diferenciados, tudo em regime de boas práticas agropecuárias e sustentabilidade.
“Queremos criar uma carne acima de qualquer questionamento”, afirma o pecuarista.
Sustentabilidade no DNA: crédito de carbono, integração e reflorestamento
Caio também anunciou a criação da Carbono Penido, uma empresa dedicada exclusivamente aos projetos de carbono da Agro Penido. Atualmente, a empresa trabalha em três frentes:
- Carbono florestal, com reflorestamento de nativas em áreas marginais ao lado da agricultura;
- Carbono no solo, com uso de tecnologia da AgroRobótica para medir fixação no sistema produtivo;
- Carbono de reserva legal, por meio de parcerias com a Liga do Araguaia e empresas como Ambipar.
“Estamos restaurando áreas com espécies nativas madeireiras e medindo o carbono no solo com uma tecnologia que veio da NASA”, explica.
Os projetos têm como meta monetizar o valor ambiental das áreas preservadas e produtivas, contribuindo com a renda da fazenda e com a preservação da biodiversidade.
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A história da Agro Penido e a força do legado familiar
A Agro Penido é herdeira direta da visão arrojada de Pelerson Penido, avô de Caio, que desbravou o Vale do Araguaia na década de 1980 com o apoio do Projeto SUDAM.
“Meu avô acreditava que o Mato Grosso seria o celeiro do mundo, quando ninguém via isso ainda”, relembra.
O empreendimento familiar evoluiu com o tempo e passou a incorporar as demandas ambientais e sociais contemporâneas.
Com o apoio da Liga do Araguaia, iniciativa idealizada por Caio, a fazenda passou a desenvolver ações coletivas de regularização ambiental, intensificação sustentável e pagamento por serviços ambientais, incluindo protocolos de sustentabilidade com parceiros como Embrapa, TNC, JBS e outras instituições.
O agro que o Brasil precisa mostrar ao mundo
Para Caio Penido, 2025 será um ano histórico para a pecuária nacional. Com a realização da COP 30, no Pará, e o Congresso Mundial da Carne, em outubro, em Cuiabá, ele acredita que chegou o momento de o Brasil mostrar a qualidade da sua produção para o mundo.
“A nossa carne é criada a pasto, é saborosa e sustentável. Está na hora do mundo reconhecer isso”, defende.
Caio reforça que sustentabilidade não é custo, é oportunidade:
“Melhorar o bem-estar animal, restaurar áreas, usar tecnologia… tudo isso melhora a margem da fazenda. É uma agenda ganha-ganha.”
Ele também destaca que o Brasil precisa popularizar o mercado de carbono para pequenos produtores, com mecanismos de governança simplificados e acesso técnico facilitado.
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