MANEJO DE TROPA

Cavalo de lida: saiba o escore ideal e como cuidar da saúde dele

Consultores falaram sobre diferenças nos hábitos entre bovinos e equinos e apontaram cuidados no manejo que reforçam a sanidade dos cavalos

O cavalo de lida da fazenda merece todos os cuidados. Assista à reportagem abaixo e saiba o escore ideal e como cuidar da saúde desse importante companheiro do trabalho no campo.

O Giro do Boi desta segunda-feira, 26, relembrou um dos episódio da série de reportagens com foco nos cavalos.

Ao todo, o rebanho de equídeos no Brasil chega a cerca de seis milhões de animais, movimentando cerca de R$ 16 bilhões e gerando 600 mil empregos diretos e indiretos.

Além disso, a tropa é a paixão de muitas famílias brasileiros. Daí a importância dos cuidados com alimentação, saúde e reprodução dos equinos.

A reportagem contou com o depoimento do médico veterinário e consultor Mário Duarte.

Ele falou sobre algumas diferenças dos equinos para o bovinos, como o fato de os cavalos não serem ruminantes, mas possuem uma mastigação mais eficiente, que reduz as partículas do pasto, por exemplo, a 2 mm e facilita a digestão no estômago.

O escore corporal ideal da tropa de cavalos

Tropa de cavalos. Foto: Zzn Peres
Tropa de cavalos. Foto: Zzn Peres

Como os hábitos dos equinos são diferentes dos bovinos, é preciso estar atendo ao escore corporal para saber se a tropa está saudável.

Foi o que apontou o médico veterinário Ricardo Moraes. Para tanto, o especialista indicou dois métodos que podem ser usados para mensurar este indicador caso o produtor não tenha balança: avaliação visual e a fita de pesagem.

Na avaliação visual, a escala de Henneke, de 1 a 9, indica se o animal está magro demais (1) ou obeso (9). Cada raça e cada objetivo da criação possui sua condição ideal.

“Para um cavalo de tambor, o escore corporal seis para esta modalidade é muito bem vindo. Mas nós temos o exemplo do cavalo de polo, do cavalo de enduro… Eles trabalham com escore corporal um pouco mais baixo, cinco, São provas de longa distância. Alguns cavalos de outras modalidades, como hipismo ou adestramento clássico, trabalham com escore corporal até no sete”, informou.

Além disso, Moraes informou que os cavalos de lida devem ter escore próximo ao seis.

Fita de pesagem da tropa da fazenda

Para auxiliar o criador a estimar o peso é possível usar a fita de pesagem também.

Na prática, é uma fita métrica que passa pelo início da cernelha e mede a circunferência do animal a partir daquele ponto.

Onde as extremidades da fita se encontrarem há um indicativo de peso cuja margem de erro é de 5% para mais ou para menos.

De olho na nutrição dos cavalos de lida

Cavalos comendo pasto. Foto: Divulgação

Depois disso, Mário Duarte lembrou que a suplementação dos equinos também deve ser diferente da dos bovinos. Inclusive por risco de intoxicação e morte.

“Existem materiais que são tóxicos para os cavalos e que, ao mesmo tempo, aumentam a eficiência alimentar dos ruminantes. Por exemplo, a monensina”, diz Duarte.

A monensina é um aditivo que melhora a condição ruminal microbiana. Mas ela é extremamente tóxica para os cavalos, segundo Duarte. O cavalo é 400 vezes mais sensível à monensina do que uma ave e 200 vezes mais do que um ruminante.

A pastagem dos bovinos também pode ser prejudicial ao equinos, como o Massai, que pode levar o animal à morte, ou ao menos limitar sua condição.

“Por exemplo, aqui nós temos um pasto de Tifton. O cavalo adora o Tifton. Claro, ruminantes também, é um excelente material. Mas o cavalo tem um pouquinho de dificuldade principalmente com os panicuns e com as braquiárias por causa do teor de oxalato”, alertou.

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Ao fornecer ração, o criador também deve estar atento, sobretudo com a quantidade. Isso porque os cavalos não conseguem arrotar, nem vomitar. Então a ração excessiva pode prejudicar a digestão dos equinos.

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