Bois castrados ao nascimento são abatidos com quase 19@ aos 16 meses em RO

Animais são resultado do Programa Touro Zero, idealizado por médico veterinário consultor da Estância Espora de Prata, em Ariquemes-RO

A castração ao nascimento não teve interferência no desenvolvimento da carcaça e os machos foram abatidos com 18,7@ antes do sobreano, aos 16 meses de vida. Este foi o resultado de mais um abate dos animais produzidos no “Programa Touro Zero” pela Estância Espora de Prata, em Ariquemes, no estado de Rondônia.

Os animais foram registrados em vídeo para o quadro Giro do Dia, que foi ao ar pelo programa desta quinta, 29. “Olhe o trabalho do Programa Touro Zero aqui na Estância Espora de Prata (propriedade de Édson Neri da Silva), em Ariquemes-RO. Os machos castrados ao nascimento com 16 meses de vida embarcando hoje, dia 26 de outubro de 2020, para a JBS na unidade de Vilhena-RO, que é onde acontece o abate da carne premium 1953. Esses animais têm 16 meses de vida”, frisou o médico veterinário Ademir Ribeiro, consultor idealizador do sistema produtivo. Segundo o consultor, os animais foram terminados no confinamento sem volumoso.

Além da nutrição, a genética teve papel fundamental no desempenho dos animais. A boa escolha dos reprodutores ficou provada com o romaneio das fêmeas irmãs dos bois castrados ao nascimento. O lote de novilhas com 15 para 16 meses de vida apresentou peso médio de 17,6@, sendo todas classificadas para a linha de carnes premium 1953.

“A turma está de parabéns. Eles estão fazendo esse trabalho na Estância Espora de Prata e agora ele já está estendendo com vários parceiros pelo estado de Rondônia. E eu acredito que, nos próximos meses, nós vamos apresentar as linhas desse trabalho que já estão fluindo […]. Esse é um exemplo de produto de qualidade mesmo, é uma coisa fantástica o trabalho que o Ademir tem feito para ele, é de tirar o chapéu mesmo”, reconheceu Sebastião Silvério Filho, o Tião, originador da Friboi em Ariquemes.

Em entrevista concedida ao Giro do Boi em março deste ano, Ademir havia explicado porque não há impacto negativo da castração ao nascimento no desenvolvimento das carcaças dos bois castrados ao nascimento.

O hormônio que desenvolve este animal não é a testosterona até a puberdade, e sim o GH (siga em inglês para growth hormone, ou hormônio do crescimento), que é a somatotropina. Como o Programa Touro Zero são os animais que serão abatidos zero dentes ou dente de leite, não dá nem tempo de ele utilizar como anabolizante a testosterona. Nós transformamos isso no cocho, desde quando ele nasce ele fica numa ração 20%, come à vontade, que aí é o pulo do gato, a nossa recria no pé da vaca. Então quando ele sai dessa vaca aos oito meses, ele já pula para um piquetão numa ração de 1,5% do peso vivo, dois meses depois é pesado. Pesou 11@, macho e fêmea, confinamento na dieta total, que é com 2% do peso vivo. Então tem que castrar, vai conseguir abater o animal com 18@, 19@ […] e vai conseguir com 120 dias de confinamento uma carcaça terminada no padrão da JBS 1953”, disse Ademir na ocasião.

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Veja mais detalhes no vídeo a seguir: