No recente FIAP 2024, realizado em Cuiabá, líderes e especialistas discutiram como o Brasil pode se consolidar como líder global em pecuária de corte, enfrentando desafios relacionados à genética, bem-estar animal e rastreabilidade. Com palestras de destacados pesquisadores, o fórum abordou as estratégias essenciais para promover uma produção eficiente e sustentável. Assista ao vídeo abaixo e confira.
As três excelentes palestras realizadas no FIAP foram do professor José Bento Ferraz, da USP de Pirassununga (SP), que falou sobre o impacto de uma genética melhoradora na pecuária; da também professora da UFMT Fernanda Macitelli, tratando dos benefícios da saúde e do bem-estar bovino; e do diretor de sustentabilidade da ABIEC, Fernando Sampaio, que levou ao evento o tema rastreabilidade.
Genética aprimorada como vetor de produtividade
José Bento Ferraz, professor da USP, destacou a importância de investir em material genético superior para aumentar a produtividade dos rebanhos. Ele ressaltou que decisões erradas na escolha genética podem ter consequências de longo prazo, permanecendo nos rebanhos por mais de uma década.
A genética adequada já demonstrou aumentar significativamente a produtividade, conforme evidenciado por tendências positivas em pesos e precocidade nas avaliações genéticas.
“Sempre me perguntam: qual o porcentual dos animais abatidos no Brasil possuem em sua genética de animais melhorados de alguma forma? Fiz conta por todo o lado e cheguei à conclusão que é no máximo 30%.”
José Bento Ferraz
Por isso ainda há um potencial de 70% do rebanho brasileiro que precisa que melhores técnicas genéticas de produção.
Bem-estar animal e sustentabilidade
A professora Fernanda Macitelli, da UFMT, focou nos benefícios do bem-estar animal como pilar da sustentabilidade na pecuária.
Ela enfatizou a necessidade de programas de capacitação para garantir que os animais sejam bem tratados. Iniciativas como o projeto “Cada Bezerro Importa” visam reduzir a mortalidade de bezerros e, por extensão, melhorar a sustentabilidade do setor.
“Quando a gente envolve manejos de bem-estar animal é cientificamente comprovado que é menor a necessidade de medicamentos principalmente a redução no uso de antibióticos que isso tem uma total relação com a saúde pública hoje.”
Fernanda Macitelli
A demanda crescente do consumidor por garantias de bem-estar animal está se refletindo em novas exigências nos mercados financeiros e de alimentos.
Rastreabilidade como ferramenta essencial
Fernando Sampaio, da ABIEC, discutiu a importância da rastreabilidade na pecuária como um caminho inevitável para a indústria brasileira.
Implementar uma infraestrutura informacional robusta é crucial para monitorar a produção, comprovar conformidade legal e sanitária, e capturar o impacto ambiental positivo das práticas sustentáveis.
“A rastreabilidade é uma infraestrutura de informação. E para que serve essa infraestrutura de informação? O Brasil tem muita informação, mas é uma informação que está dispersa em um monte de propriedades.”
Fernando Sampaio
Segundo Sampaio, cada uma das 27 Unidades da Federação informam o trânsito dos animais, no entanto, não há um sistema que unifique essas informações.
A rastreabilidade não só assegura transparência, como também agrega valor aos produtos no mercado internacional, onde normas de comércio sustentável estão se tornando cada vez mais rigorosas.
Integração de práticas genéticas aprimoradas, bem-estar animal e rastreabilidade
Esses tópicos alinhados no FIAP 2024 sublinham a necessidade de integrar práticas genéticas aprimoradas, bem-estar animal e rastreabilidade como componentes centrais da estratégia pecuária do Brasil, para garantir sua estabilidade e liderança no mercado global.
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