Bovinos jovens estão ganhando cada vez mais espaço nos currais das indústrias frigoríficas brasileiras, e não é por acaso.
Não é incomum fêmeas, novilhas sendo abatidas com idade inferior a 20 meses, com peso alcançando as 18, 20 arrobas.
Machos, superando as 22 arrobas de peso, jovens e bem acabados.
O crescimento do abate de bovinos jovens se dá, não só pelas características da carcaça.
Mas também pelo perfil de acabamento, da carne de maior qualidade que trazem ao mercado, mas das exigências ambientais, sociais e mercadológicas.
Produzir um bovino jovem num ciclo curto, com essas características, é um desafio nutricional e tecnológico.
Só é possível com a intensificação da produção e a maior profissionalização da cria, da recria e da terminação
Bovino jovem também é conhecido como “boi lavoura”
A produção de um bovino jovem também pode ser chamada de o famoso “boi lavoura – se não plantar, não cresce”.
Essa expressão tem estado cada vez mais presente nos diálogos entre pecuaristas e profissionais da cadeia produtiva da carne de novilhos precoces.
Quando falamos em intensificação da produção, estamos pensando em fêmeas que emprenham cada vez mais cedo, com um número expressivo de plantéis desafiando as “precocinhas” entre os 12 e 15 meses de idade.
Com uma estação de monta organizada, as fêmeas com boa saúde dão maior quantidade de bezerros nascendo no cedo.
Os animais estão sendo desmamados cada vez mais pesados, num menor intervalo, com melhores índices de prenhez e um desfrute maior de desmama.
Sequestro de bezerros é opção para produção de bovinos jovens
O sequestro de bezerros, também conhecido como “confinamento de bezerros”, é uma ferramenta de início de recria, e confere um aporte nutricional muito interessante para a primeira seca, após o desmame.
É comum no Brasil que a bezerrada chegue no início das chuvas com o mesmos 180 quilos de peso que possuíam em maio, quando desmamados.
Esta técnica é uma boa alternativa para maximizar o uso de pastagens, sem perder o ganho de peso dos animais no período seco.
O tempo médio é de 40 a 90 dias dias de cocho, de acordo com as condições climáticas e região do Brasil
RIP e TIP turbinam a produção de bovinos jovens
Para a produção do bovino jovem, do “boi lavoura”, é imprescindível acelerar a recria e a terminação dos animais. Para isso, algumas técnicas estão ganhando destaque pelo Brasil.
A RIP (Recra intensiva a pasto) vem para otimizar o aproveitamento de uma das etapas mais sensíveis da pecuária de corte.
Nesta fase, o pecuarista já fornece produtos de 0,3% a 0,5%, até 1% (do peso vivo de consumo) no cocho, para garantir um ganho médio diário (GMD) acima do sistema tradicional.
Na TIP (Terminação intensiva a pasto), o produtor pode trabalhar com um sistema mais econômico, por contar com o pasto como volumoso, mas com ganhos semelhantes ao de um confinamento.
A exigência passa a ser um pouco maior quanto a ração. Em linhas gerais, cerca de 2% do peso vivo.