Da roçada aos herbicidas, relembre a evolução do controle de plantas daninhas no Brasil

Agrônomo construiu linha do tempo mostrando como a limpeza de pasto acompanhou os avanços da pecuária e projetou futuro do setor em termos de desenvolvimento de produtos

“A pecuária brasileira evoluiu muito nos últimos 60 anos e, assim como a pecuária brasileira, o controle de plantas daninhas em pastagem também evoluiu em paralelo. São duas evoluções importantíssimas para o setor. E eu gostaria de contar essa história para vocês”, convidou o engenheiro agrônomo e gerente de marketing de campo da Corteva, Gustavo Tofoli, na abertura de mais um episódio da série especial Pasto Extraordinário, fruto de parceria entre a própria Corteva, o Canal Rural, Canal do Criador e Giro do Boi.

Tofoli construiu uma linha do tempo que acompanha a evolução das pesquisas e lançamentos de produtos pela companhia, sempre com uma demanda puxada pelos avanços da bovinocultura de corte brasileira.

DA ROÇADA AO HERBICIDA

“Essa história começa há mais de 60 anos, com o desenvolvimento de um produto chamado Tordon. Quem não se lembra do Tordon? Uma marca famosíssima que ficou durante muitos anos, mais de 50 anos, na cabeça de todo pecuarista. Isso se deve ao grande sucesso que ela teve, graças ao desenvolvimento da pecuária e do controle de plantas daninhas. Porque antigamente se fazia o controle de plantas daninhas […] com roçada, ou faz até hoje. E a roçada controla a planta daninha, corta a planta daninha, mas tem dois problemas. O primeiro é que rebrota rápido, então se você faz o controle em outro, lá por dezembro ou janeiro já vai ter a planta daninha rebrotada lá. O segundo é que leva o seu capim embora também”, ponderou o especialista.

“Então o grande valor dessa inovação foi exatamente esse. Controlar as plantas daninhas sem danificar o capim. Ou seja, ela conferiu seletividade. E aí abriram-se as portas para o desenvolvimento do controle de plantas daninhas com herbicidas em pastagens”, salientou.

+ Especialista compara uso de roçadas com controle químico de plantas daninhas

EVOLUÇÃO DOS HERBICIDAS E NOVAS FORMAS DE APLICAÇÃO

“Depois do Tordon, a gente gerou valor, tinha uma demanda no campo de ter uma outra modalidade de aplicação, que era uma aplicação localizada. Plantas mais lenhosas, de difícil controle, em que se fazendo a aplicação foliar elas não eram controladas. Então desenvolvemos produtos para aplicação localizada, no toco, sem sem foliar, e tivemos sucesso nisso”, continuou.

NOVAS MOLÉCULAS

“Depois novamente investindo, por demanda do pecuarista, já que aplicar localizado estava ficando muito trabalhoso e envolvia muita mão de obra, […] desenvolvemos um produto também para controle de plantas lenhosas, mas foliar. E assim fomos evoluindo. Até o momento que nós também evoluímos na molécula. Trocamos de molécula e esse é um grande valor dentro da história dos herbicidas, que dão uma virada de jogo, porque a troca do Picloram para o Aminopiralide é uma virada de jogo para eficácia, para valor para o pecuarista e, sobretudo, para o ambiente, porque o perfil toxicológico dessas moléculas que vão sendo renovadas […] com inovação sempre seguem rigidamente um controle do Ministério da Agricultura, do Ibama, da Anvisa, e que prega dentro das leis serem sempre melhores que as anteriores no que diz respeito a ambiente, saúde humana e aos danos aos animais. Ou seja, é uma evolução, um marco. Nós conseguimos trocar essa molécula e dar um perfil toxicológico melhor para essa molécula”, aprovou.

ASSOCIAÇÕES ENTRE PRINCÍPIOS ATIVOS

“E mais ainda, conseguimos fazer associações com outros químicos tendo um controle maior, dando mais opções ao nosso pecuarista quando ele queria controlar plantas daninhas no pasto. Hoje, entre as novas tecnologias, as mais modernas se chamam Ultra-S e XT-S, trazendo essas associações para dois pontos específicos. Então a gente gerou um outro valor, que é a simplicidade de portfólio. São dois produtos que vão resolver 85% dos problemas de plantas daninhas do nosso amigo pecuarista”, resumiu.

+ Novo herbicida combina ativos em fórmula e aumenta controle de daninhas

O QUE O FUTURO RESERVA?

“Aí vocês podem me perguntar: e para o futuro, o que vai vir? Para o futuro, nós estamos […] pesquisando duas áreas muito importantes: produtos que, claro, sejam eficientes no controle de plantas daninhas, mas que tenham um perfil toxicológico melhor do que esse que a gente já evoluiu e, sobretudo, que faça uma sinergia com o meio ambiente, produzindo menos embalagens, rodando menos para entregar esses produtos – quando se roda menos quilômetros, então é menos CO2 que entra nessa cadeia. E, claro, queremos sobretudo evitar o uso da água. A água é o nosso bem maior da humanidade. E esse bem a gente tem que preservar. E hoje, toda tecnologia para controle de plantas daninhas em pastagens é feita com pulverização, ou seja, é água misturada com algum produto. E se nós conseguirmos essa evolução, nós não vamos precisar da água ou vamos precisar dela muito pouco. Isso vai ser sensacional para o ambiente, para o pecuarista e para todos que moram aqui nesse lindo planeta”, projetou o agrônomo.

+ Nova plataforma de controle de plantas daninhas em pastagens resolve problemas até fora da porteira

+ Devo começar o controle de plantas daninhas pelo pasto mais infestado?

Confira pelo vídeo a seguir mais um episódio da série especial “Pasto Extraordinário”: