A pecuária brasileira se destaca na COP 30 como um dos setores com maior potencial de mitigação de emissões no agronegócio.
Um novo e robusto estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) aponta que a descarbonização na pecuária nacional pode atingir até 92% por quilo de carne produzida até 2050.
O levantamento, apresentado durante o encontro global sobre as mudanças climáticas em Belém, mostra que o setor tem um potencial de redução nas emissões de até 87% no total. Ao dividir essas emissões pelo potencial de carne gerada, o resultado é um potencial máximo de redução de 92% no quilo de dióxido de carbono equivalente por quilo de carne.
Confira:
Produtividade como motor da sustentabilidade
O estudo da FGV comprova que a pecuária intensiva e eficiente é a chave para a sustentabilidade, e a modernização do setor já mostra uma tendência de queda nas emissões:
- Aumento de produtividade: a pecuária nacional aumentou em 183% a produtividade desde 1990.
- Redução da área: no mesmo período, a área de pastagem utilizada caiu 18%, traduzindo-se em mais eficiência com menor impacto ambiental.
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Estratégias e a mudança de narrativa
Atingir a meta de descarbonização de 92% exige a migração da teoria para a prática. O estudo indica que a meta só será alcançada intensificando o sistema e adotando as boas práticas agropecuárias:
- Recuperação de pastagens: fundamental para transformar áreas degradadas.
- Integração Lavoura-Pecuária (ILP): combina o uso eficiente do solo.
- Terminação intensiva: encurta o ciclo de vida do animal e reduz o tempo de emissão.
- Pacote tecnológico: uso de genética, aditivos, nutrição e bem-estar animal para aumentar a eficiência biológica.
O grande desafio da pecuária brasileira é mudar a narrativa no cenário global. Mostrar esses avanços na COP é a oportunidade de desmistificar a imagem do boi como vilão e posicionar a atividade como “parte da solução climática” e da segurança alimentar mundial.
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