Destaque pela carne e heterose, rebanho brasileiro do Montana já conta com 12 mil matrizes

De acordo com zootecnista, raça composta oferece três características principais nos rebanhos em que é utilizada; saiba quais são

Nesta sexta, dia 03, o Giro do Boi recebeu em seu estúdio a zootecnista pela Unesp de Jaboticabal-SP Gabriela Giacomini, gerente de operações do Programa Montana. A profissional apresentou as características que são razão do sucesso da raça no Brasil, contando hoje já com 12 mil matrizes Montana, além dos touros reprodutores e animais cruzados destinados ao corte.

O chamado Composto Montana se estabeleceu há 25 anos no Brasil e seus raçadores derivam de 37 raças diferentes selecionadas em quatro continentes. “Aqui no Brasil a gente estava naquele período de abertura do mercado de inseminação quando começaram a vir muitas raças e o Montana, em um primeiro momento, se encaixou como resposta à dúvida: os pecuaristas trouxeram as raças britânicas, cruzaram com Nelore, o que usar nesta vaca F1?”, remontou a zootecnista.

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As opções eram as raças europeias, que poderiam dificultar a adaptação dos animais ao trópicos, ou o Nelore, o que diminuiria a heterose na F2. Foi então que o Montana surgiu como boa opção para a formação do cruzamento terminal tricross. “E mais para frente a gente começou a entender que ele também já servia para ser usado direto na Nelore, ele também vai gerar muita heterose na Nelore, como na vaca F1, F2, F3”, complementou.

Na entrevista, Giacomini listou as três características principais que a raça oferece aos rebanhos onde é utilizada: as duas primeiras são bom rendimento para a produção de carne e a oferta de carne de qualidade ao mercado. “A gente tem que produzir mais e melhor e justamente com uma carne que as pessoas queiram comer. [..] A gente tem que produzir uma carne cada vez melhor para atender esse mercado que só aperta a gente”, frisou. O Montana é, inclusive, uma das raças que compõem o mix de animais que se enquadram no padrão do protocolo de abates da linha de carnes premium 1953.

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A terceira característica que a raça oferece para seus rebanhos é a heterose, seja em rebanho de raças puras, cruzadas ou sintéticas. “Às vezes em um rebanho de gado puro ou quando você cruza sintético com sintético, essa heterose já não está mais lá. Mas quando você cruza Montana com Montana, esta heterose vai se mantendo porque cada animal tem uma composição diferente”, acrescentou.

Um dos diferenciais do Montana para a produtividade da pecuária de corte é que todos os seus animais são obrigatoriamente avaliados geneticamente com a chancela da USP de Pirassununga, no interior do estado de SP. “O criador do Montana a gente chama de franqueado porque para ser Montana tem que ter avaliação genética. Então é preciso que esse criador controle esse rebanho desde os acasalamentos”, revelou.

A zootecnista também deixou à disposição seus contatos para interessados no Composto Montana receberem mais informações sobre suas características de disponibilidade, que podem ser obtidas pelo site www.compostomontana.com.br, pelo e-mail [email protected] ou aindo pelo telefone (17) 3011 6775. Confira a entrevista completa pelo vídeo abaixo: