Entenda, em quatro etapas, o que leva à ocorrência do botulismo bovino e como fazer a prevenção dessa enfermidade. A explicação é do médico veterinário e gerente técnico de grandes animais da Boehringer Saúde Animal, Roulber Silva.
Botulismo: causas
A enfermidade é uma toxi-infecção alimentar, ou seja, o animal é infectado quando ingere alimento ou água contaminada com a bactéria Clostridium botulinum, presente no ambiente.
“Quando ela encontra condições para se multiplicar, ela produz as toxinas que causam o problema”, alerta Roulber.
As bactérias estão presentes em alimentos mal conservados, como silagem úmida e fermentada, e em restos de carcaças de outros animais.
Neste caso, os animais com deficiências minerais buscam fontes para suprir sua necessidade e acabam lambendo ossos que estejam no pasto, por exemplo.
Já o botulismo hídrico ocorre quando as bactérias estão presentes em água contaminada. Geralmente na estação seca, quando as poças d’água apresentam restos de alimentos e detritos, o boi pode contrair a doença.
“As bactérias se reproduzem geralmente em ambientes sem oxigênio, com umidade e matéria orgânica”, resumiu o veterinário.
Botulismo: sintomas
Quando há infecção, o animal tem a chamada paralisia flácida e, posteriormente, paralisia dos membros, além de dificuldade para engolir. A seguir, acontece a parada respiratória e a morte do animal.
Tratamento
“Quando (o botulismo) está presente, com toda a sintomatologia, é difícil tratar.”
Dependendo da quantidade de toxina ingerida, a enfermidade evolui mais rápido, causando a paralisia respiratória e resultando na morte do animal.
Quando o bovino ingere menos toxinas, é necessário um tratamento de suporte, principalmente para a deglutição, porque o animal não se alimenta e nem bebe, trazendo dificuldades para seu salvamento.
Prevenção do botulismo bovino
São quatro pontos a serem seguidos para diminuir expressivamente a chance do seu rebanho ser acometido pela doença. O médico veterinário Roulber Silva recomenda:
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Conservação da água
“Por vezes, a água até parece limpa, mas tem resto de uma carcaça que compromete sua qualidade. Assim você tem a degradação e ali vai ter a bactéria, que vai se multiplicar”, detalha o veterinário.
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Mineralização
Ponto importante é disponibilizar a suplementação adequada para categoria, diminuindo a necessidade de o animal buscar minerais em outras fontes, como eventuais ossos encontrados no pasto;
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Conservação do alimento
Silagem de milho úmido e rações que fermentaram além do necessário podem abrigar as bactérias;
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Vacina
O criador possui várias vacinas no calendário sanitário, algumas obrigatórias, como a aftosa e a brucelose em fêmeas de três a oito meses.
Algumas não são obrigatórias, mas importantes, como a própria vacina do botulismo, algumas clostridioses, raiva, a BVD, que é uma doença reprodutiva e causa imunossupressão.
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“Tendo todos estes pontos controlados, você dificilmente vai ter problema de botulismo na sua propriedade”, conclui o veterinário. Veja na íntegra o quadro Papo de Curral com Roulber Silva: