A venda de produtos veterinários pela internet é considerada o principal canal para a circulação de medicamentos veterinários falsificados no País. Assista ao vídeo abaixo e conheça o trabalho de conscientização que está sendo feito para diminuir a pirataria.
Quem falou os males do comércio ilegal de produtos veterinários falsificados foi o médico veterinário Emílio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
Ele foi o entrevistado principal no programa Giro do Boi desta quarta-feira, 15.
O uso desses produtos são um risco geral para a saúde tanto dos animais quanto para quem consome os alimentos tratados com produtos falsificados.
“Quem está na área de bovinos e acessa o produto irregular causa um efeito que é perder todo o benefício de “livre sem vacinação” porque ele pode gerar resíduos”, diz Salani.
O executivo do Sindan destaca ainda que as informações de bula só valem mesmo para produtos originais. Produtos piratas são um grande risco pois não se sabe o que ele pode conter.
Campanha “Olhos Abertos” contra a falsificação
Para conscientizar a sociedade e o próprio produtor rural sobre os riscos do uso de produtos animais piratas, sejam eles falsificados ou contrabandeados, o Sindan lançou a segunda fase da campanha “Olhos Abertos”.
A ação tem como objetivo informar os consumidores sobre os perigos oferecidos por esses medicamentos e ajudar a combater o comércio ilegal no Brasil.
“A internet é de fato um grande canal para venda desses produtos falsificados. O ideal é que esses produtos sejam adquiridos em revendas agropecuárias”, diz Salani.
As revendas possuem todo o suporte necessário para tirar as dúvidas dos produtores e recomendar os melhores produtos, além de atestar a autenticidade de cada produto.
O rombo causado pela pirataria no Brasil
Não há dados precisos do quanto é o prejuízo causado pela falsificação de produtos veterinários no País, segundo Salani.
No entanto, para se ter uma ideia, em todo o Brasil os produtos falsificados movimentaram cerca de R$ 290 bilhões em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).
Na lista de mercadorias ilegais estão diversos medicamentos produzidos com matérias-primas de baixa qualidade, que não apresentam estudos adequados de bioequivalência e nem o selo de aprovação do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Canal de denúncias contra a pirataria
Além de informar, a campanha do Sindan também abre um canal de denúncias para estimular os consumidores a enviar seus relatos, de forma anônima.
A recomendação é que se faça a denúncia sempre que houver desconfiança sobre a procedência do produto.
Após esse primeiro passo, o Sindan assume a responsabilidade no repasse das informações às autoridades competentes. Clique aqui e acesse o formulário para denúncias que está disponível no site do Sindan.