O Giro do Boi desta quarta, 27, promoveu a estreia de um novo embaixador do quadro Giro do Boi Responde. O zootecnista e mestre em ciência animal Luiz Henrique Conti, gerente técnico da Trouw Nutrition, foi convocado para responder a dúvida do telespectador Fábio Ricardo Fagundes de Almeida, pecuarista em Campos Novos, Santa Catarina. O produtor quer sugestões para diminuir o custo do confinamento em época de valorização da soja e do milho.
“A gente vem de um 2020 em que os alimentos subiram de preço e 2021 começou da mesma forma. Provavelmente vai ser muito semelhante ao ano passado”, projetou Conti. “O que a gente pode fazer para amenizar ou minimizar essa alta do custo dos alimentos? Eu vejo que nós podemos fazer um trabalho muito grande da porteira para dentro”, anunciou.
Confira abaixo as dicas elencadas pelo especialista.
MANEJO DA SILAGEM
“Primeiramente, pensando no volumoso, se eu produzo uma silagem e não tenho a devida atenção na produção desse alimento, que é colher no ponto certo, picagem adequada, uma compactação adequada, uma boa cobertura, uma boa vedação, esse alimento vai ter uma perda além do que deveria. Uma silagem boa, uma silagem que eu olho o painel dela e não tenho perdas a olho nu, perdeu até 8% da massa ensilada por conta da fermentação”.
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CHEGADA DOS GRÃOS NA FAZENDA
“Toda fazenda que confina recebe grãos. Às vezes ela trabalha com estoque bastante grande, então tem que ter atenção focada principalmente na umidade dessa recepção, se esse alimento vai ficar estocado por muito tempo… Se esse alimento tem uma umidade muito alta, ele pode fermentar com o tempo, pode se degradar, pode perder qualidade, pode até pegar fogo. Então pensando em grãos, a gente tem que ter uma atenção bastante grande em relação à umidade deles”.
APROVEITAMENTO DO MILHO
“Agora focando na dieta, naquilo que vamos colocar para o boi no cocho: o milho, que compõe a maior parte da dieta do animal confinado, pode variar a até 50% do custo alimentar. Então é muito importante que nós tenhamos uma atenção no processamento que eu vou realizar neste milho. Eu posso utilizar milho inteiro, sem moer, eu posso trabalhar com milho grosso, milho fino, eu posso fazer um milho úmido, um milho reidratado e até mesmo trabalhar com milho floculado. Quando eu penso nessa evolução, nessa relação de processamento de milho como eu acabei de falar, ela é menor no grão inteiro e maior no milho floculado. Então a digestibilidade do milho aumenta à medida que eu processo mais o meu alimento. Isso facilita a ação dos microorganismos ruminais, eles vão degradar mais esse alimento, consequentemente o animal vai ganhar mais peso. Então tem que ter atenção nesse alimento que é o milho, que é o que impacta na maior parte do custo da nossa dieta de confinamento”.
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ALIMENTOS ALTERNATIVOS
“Outra opção é buscar alimentos alternativos para reduzir custo. Sair de uma dieta baseada em milho, colocar ele parcialmente em uma dieta baseada em soja, colocar outra fonte proteica. A gente pode ir atrás de sorgo, casca de soja, polpa cítrica, gérmen de milho, refinazil, caroço de algodão, torta de algodão, farelo de amendoim, enfim… Existem várias opções disponíveis no mercado para a gente poder substituir milho e soja na dieta. Vale sempre a pena consultar o seu nutricionista e ver se realmente vale a pena ou não substituir essa fonte principal por alguma outra”.
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COLOCANDO A DIETA NO COCHO
“Um outro ponto que eu acho bastante importante é que existe a dieta formulada, a dieta produzida e a dieta consumida. Para a gente tentar minimizar essa variação, deve-se implantar pontos de controle, medidas de eficiência de carregamento na hora que eu estou produzindo essa dieta e na descarga também, na hora que eu estou levando esse alimento no cocho, isso é bastante importante. Imagine que eu estou montando o meu vagão e eu tinha que colocar 100 quilos de determinado alimento, mas eu coloquei 110, 120, 150 quilos. À medida que eu vou aumentando esse desvio, vai mudando totalmente o que deveria ser a dieta, mexe no meu estoque, mexe no meu custo. Então eu tenho um grande problema se eu não tenho essa gestão do carregamento da dieta na ponta do lápis”.
LEITURA DE COCHO
“E na descarga, checar se está sendo ofertado o que realmente aquela baia deveria comer. Não permitir sobras exageradas. Tem que trabalhar com uma sobra muito próxima da demanda, até mesmo para evitar limpeza de cocho e aumentar essa demanda operacional. Nessa segunda parte, a leitura de cocho auxilia bastante na correção da oferta do trato”.
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ADITIVOS
“O uso de aditivos melhoradores de desempenho também pode ser feito. Acho muito difícil hoje um confinamento não utilizar algum tipo de aditivo”.
CONSULTORIA TÉCNICA
“As mudanças têm sempre que estar alinhadas com o seu nutricionista, com o que ele acha que vale a pena trabalhar ou não. Então sempre consulte o seu nutricionista”.
PLANEJAMENTO, PLANEJAMENTO, PLANEJAMENTO
“Para finalizar, acredito que essa deve ser a mensagem principal, é ter planejamento. Planeje as suas compras, compre no momento de oportunidade, quando os alimentos vão estar provavelmente no menor preço, sejam insumos, seja o gado, e assim você vai conseguir minimizar o efeito das altas de preço, tentar diminuir o seu custo e colocar o máximo de margem possível dentro do seu negócio”.
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Tem dúvidas sobre este tema ou outro assunto relacionado a nutrição animal? Envie sua pergunta para [email protected] ou para o Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922.
Confira pelo vídeo a seguir a resposta do zootecnista Luiz Henrique Conti:
