Úbere cheio: tecnologia faz produção leiteira saltar quase 14 vezes em MG

Confira o que o poder de sensores de monitoramento no rebanho bovino podem fazer com a produtividade da fazenda 

A pecuária 4.0 já está fazendo a diferença nas fazendas pelo País. O termo significa as tecnologias de pecuária de precisão que passam a ajudar o fazendeiro a produzir muito mais. Entre essas tecnologias estão os dispositivos como brincos e colares. Eles garantem, por exemplo, o úbere cheio da vaca por mais tempo.

Esses dispositivos fazem um trabalho semelhante ao dos relógios e pulseiras que monitoram o movimento e batimentos cardíacos das pessoas. Esses equipamentos, nos animais, podem prever condições de saúde e até comportamento dos animais.

O Giro do Boi desta terça-feira, 7, debateu justamente sobre o poder dessas tecnologias para o incremento da produção de carne e leite. A médica veterinária Brenda Barcelos participou deste bate-papo.

Ela é doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de território da MSD para os Estados de São Paulo e Minas Gerais.

“Quando pensamos na produção inteira com a tecnologia de monitoramento, provemos ao pecuarista a condição de fazer uma gestão mais eficiente da propriedade. Acompanhando os animais doentes ou atuando na prevenção e no controle, em toda a parte de manejo sanitário e, principalmente, promovendo o bem-estar animal”, diz Brenda.

Caso de sucesso

Sabia que uma fazenda de produção de leite de Minas Gerais conseguiu multiplicar em 13,5 vezes sua produção. O caso foi da Agropecuária Rex, do município de Boa Esperança (MG). A propriedade aumentou sua produção de 2,6 mil para 35 mil litros de leite por dia sem comprar gado.

“A agropecuária Rex é uma fazenda que implementa muito a tecnologia em diversas áreas. Uma delas é o monitoramento para melhorar os índices zootécnicos da propriedade e manter o gado saudável e acompanhar o bem-estar dos animais”, diz Brenda.

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Mais vantagens

A especialista diz inclusive que a tecnologia desse acompanhamento mais sistemático dos animais faz até aumentar a idade produtiva dos animais. No caso de uma propriedade leiteira, isso significa menos vacas de descarte. E mais úbere cheio no final do dia.

“Nós reduzimos 13% em um ano de uso da tecnologia o número de descarte dos animais. Este é um número muito significativo para uma propriedade leiteira”, diz a executiva da MSD.

Outro dado importante foi a redução de intervalo entre partos de aproximadamente 10 e 15 dias. Esse ganho veio justamente de um acompanhamento mais preciso do cio da vaca. Os dispositivos conseguem dar essa informação com bastante assertividade.

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: