DOENÇA SILENCIOSA

Tuberculose bovina: com apenas R$ 4, pecuarista garante exportação do boi gordo 

O médico veterinário Ricardo Jordão, do Instituto Biológico (IB), deu dicas importantes de como o fazendeiro pode erradicar a tuberculose bovina do seu rebanho. Assista ao vídeo

A tuberculose bovina é uma doença grave e traz grandes prejuízos financeiros para a fazenda. Mas sabia que, com apenas R$ 4, o pecuarista pode livrar seu rebanho da doença e garantir a exportação do boi gordo. Assista ao vídeo abaixo.

Nesta quarta-feira, 19, o Giro do Boi recebeu no estúdio o médico veterinário Ricardo Jordão, do Instituto Biológico (IB). Ele deu dicas importantes sobre a erradicação da tuberculose bovina.

Jordão é responsável técnico dos laboratórios de inovação em produtos imunobiológicos e de sanidade animal do IB.

O órgão faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

“Por ser uma doença de crescimento muito lento, muitas vezes você não consegue identificá-la facilmente. É difícil você dizer qual animal está positivo e qual não está. No entanto, quando o pecuarista tem um positivo é um sinal de alerta, pois provavelmente, ele tem mais”, diz Jordão.

O que é a tuberculose bovina?

Testagem de tuberculose bovina. Foto: Alcides Okubo Filho/Embrapa Gado de Leite
Testagem de tuberculose bovina. Foto: Alcides Okubo Filho/Embrapa Gado de Leite

A tuberculose bovina é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium bovis, que acomete animais e humanos.

É considerada uma zoonose pois é pode ser transmitida do animal para o homem.

“Tem estudos da década de 1917, falava que 20% dos casos humanos de tuberculose vinham dos animais. Tem outro estudo na Argentina que era mais ou menos 7%”, diz Jordão.

Por isso, a doença tem um todo um cuidado especial sobre o controle no País.

Formas de controle da tuberculose bovina

Lote de bovinos na área de curral da fazenda para protocolos de sanidade. Foto: Divulgação
Lote de bovinos na área de curral da fazenda para protocolos de sanidade. Foto: Divulgação

Infelizmente não existe vacina para a tuberbuculose bovina. Por isso, os animais infectados devem ser descartados via abate sanitário.

É importante que o rebanho seja periodicamente testado para não gerar prejuízos de milhares de reais aos produtores.

Apenas um animal infectado pode significar o descarte de um lote inteiro de animais.

Teste de identificação no rebanho é econômico

Kit para testagem de tuberculose bovina. Foto: Divulgação
Kit para testagem de tuberculose bovina. Foto: Divulgação

“Para ter ideia, o antígeno biológico de um frasquinho faz 50 testes”, diz o especialista.

Isso significa que cada frasco serve para testar 50 bovinos. Como o frasco custa R$ 200, o valor de teste por bovino é de R$ 4.

É um exame muito simples, que pode ser feito na própria fazenda e que não necessita de equipamentos.

Quanto mais testes o produtor fizer e exigir testes dos animais que compra, a doença passa a ser cada vez mais monitorada e controlada.

Impactos da doença na produção de bovinos de corte

Embarque de bovinos para o frigorífico. Foto: Reprodução
Embarque de bovinos para o frigorífico. Foto: Reprodução

Os casos da doença podem trazer grandes impactos para a produção de bovinos de corte.

O principal é a propriedade ficar numa espécie de lista negra sobre a doença depois de identificada e até controlada a tuberculose bovina.

Além do mais, a presença de tuberculose na fazenda implica exclusão da propriedade do rol de exportação do produto para alguns mercados.

Confira a entrevista na íntegra e saiba como traçar um plano de ação para erradicação da zoonose.