Os modelos de negociação no campo estão evoluindo junto com a tecnologia usada para produzir. Nesta terça, 25, o Giro do Boi tratou de um formato que tem facilitado a aquisição de insumos pelos produtores. Trata-se do barter, uma espécie de permuta que viabiliza trocar os produtos adquiridos pelo que é produzido. Os fazendeiros podem pagar defensivos, fertilizantes ou sementes, por exemplo, com sacas de soja, milho e até arrobas. Quem tratou do tema foi a administradora formada pela UEL, a Universidade Estadual de Londrina-PR, Marina Fusco Piccini, fundadora da AgroSchool, empresa que lançou o primeiro curso online de barter no país.
“O agronegócio é um setor que está imerso em meio a muitos riscos e o barter é uma ferramenta de mitigação de riscos. […] Nada mais é que o produtor fazer a compra dos seus defensivos, insumos em geral, fertilizantes, sementes, até mesmo máquinas agrícolas e como forma de pagamento, ele paga com uma parte da sua produção. Seja boi, milho, soja, café, algodão, tudo vira moeda”, detalhou Piccini.
A AgroSchool completará dois anos de fundação no próximo mês de outubro e já formou 150 profissionais do agro entre cursos online e presenciais. O objetivo da empreendedora é capacitar os produtores a utilizar o barter como ferramenta e usufruir de seus benefícios. “Quando alguém vier oferecer um barter para ele, […] que ele conheça os bastidores da operação, tudo o que envolve, como operação em bolsa, contrato futuro, o que é hedge, o que são derivativos, todo esse glossário, esses termos que muitas vezes assustam as pessoas a gente explica de um jeito muito fácil”, confirmou.
Marina revelou que justamente a capacitação, para ela, é a etapa mais importante na escalada do sucesso para quem atua no setor. “Primeiro de tudo é capacitação. Porque no agronegócio, nós somos abençoados por Deus, estamos em uma terra que tem todos os recursos disponíveis, temos alta tecnologia, inovação cada vez maior, mas de nada adianta ter tudo isso e não saber utilizar bem. Então, para mim, a capacitação, seja antes da porteira, dentro ou pós-porteira, a gente tem que aprender a lidar com esse agro de maneira que realmente traga riqueza não só ao produtor, para a cadeia, mas para o Brasil, para o mundo”, concluiu.
Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: