O pecuarista de corte brasileiro está em plena missão de intensificar a sua fazenda. Aumentar a produtividade, desfrutar de mais arrobas por hectare ao ano, é uma corrida essencial para que a atividade siga competitiva. E a tecnologia desempenha papel decisivo nesta busca, seja para melhorar o desempenho nutritivo dos animais, seja para ampliar o potencial genético do rebanho, entre várias outras opções.
Mas quando se trata de bem-estar animal, a tecnologia não tem papel fundamental. Esta foi uma das colocações da psicóloga, mestre e doutora em ciência animal Temple Grandin, professora da Colorado State University, durante entrevista exclusiva concedida ao Giro do Boi durante sua recente passagem pelo Brasil. “A tecnologia simplesmente não substitui o manejo”, ponderou Grandin.
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Mas então o que é essencial para o produtor avançar nas boas práticas em bem-estar dentro de sua fazenda? “O primeiro passo é se certificar de que você não está fazendo algo em sua fazenda que seja claramente abusivo, como, por exemplo, usar bastões afiados no gado. Isso é algo que você não deve fazer”, advertiu.
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A pesquisadora avisou que a vigilância das boas práticas durante o manejo também é muito importante para a melhoria contínua da fazenda em relação ao bem-estar. “Você tem muitos animais caindo durante o manejo? Você tem algum animal batendo nas cercas ou pulando um portão? Ou ficando muito irritado e se deitando no caminho para o tronco? Você tem animais mugindo quando você prende as suas cabeças no tronco? Se você tem altas porcentagens de animais mugindo quando você os prende, então você os está machucando. Você precisa perseguir estas etapas e se perguntar: eu estou melhorando ou estou ficando pior? […] Se você não mensurar as coisas, você tem uma tendência de elas gradualmente regredirem até que aquilo que nós acreditamos que seja ruim se torne normal. Por isso é importante medir o manejo”, ressaltou durante a entrevista concedida ao repórter José Neto.
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“O bom manejo do gado realmente importa. Vai melhorar o bem-estar animal, vai melhorar a produtividade dos animais e vai promover segurança para os peões e menos lesões nos animais”, disse Grandin, realçando que os benefícios destas boas práticas representam muito mais do que a ética por fazer a coisa certa, como também retornam em forma de benefícios financeiros.
A entrevista completa com Temple Grandin está disponível pelo vídeo abaixo. Durante a conversa, a professora da Colorado State University falou sobre o conceito mais básico que resume o bem-estar animal, sua primeira experiência em uma propriedade do Centro-Oeste brasileiro, a Fazenda Orvalho das Flores, e quais são suas considerações sobre o bem-estar animal aplicado à realidade brasileira, levando em consideração a reatividade maior que a raça Nelore tem na comparação com os taurinos.
Clique no player abaixo e assista na íntegra:
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