Vermifugação 5-8-11 rende 20 quilos extras por animal ao ano: veja como planejar

A programação de vermifugação 5-8-11, baseada nos meses de maio, agosto e novembro, permite ganhos de até 20 quilos de carne por animal ao ano, segundo o médico-veterinário Elio Moro, gerente de serviços técnicos de ruminantes da Zoetis. 

Essa estratégia supera a vermifugação tradicional, feita apenas em maio e novembro, trazendo não apenas um controle mais eficaz de verminoses, mas também retorno econômico significativo para os produtores.  

Por que dar atenção à verminose?  

A verminose bovina é um dos principais desafios da pecuária brasileira, com prejuízos estimados em até 7 bilhões de dólares anuais, de acordo com estudos citados por Moro.

Esses parasitas internos afetam diretamente o ganho de peso, a reprodução, a produção de carne e leite, além de gerar custos adicionais com medicamentos e manejo.

“Quando o produtor trata o animal já doente, o prejuízo está consolidado, seja pela perda de peso, seja pela contaminação da pastagem”, alertou Moro.  

A metodologia 5-8-11 é baseada em dados técnicos e científicos, incluindo a aplicação de diferentes compostos em momentos estratégicos do ano: doramectina concentrada em maio, moxidectina 1% em agosto e novamente doramectina concentrada em novembro.

Esse calendário foi desenvolvido para maximizar o controle de parasitas em períodos críticos, como a entrada da seca, o auge da estiagem e o início das águas.

Impacto no bolso e na produtividade

O retorno financeiro do controle rigoroso das verminoses é direto. Com 20 quilos adicionais por animal, um lote de 100 cabeças, por exemplo, pode render significativamente mais no momento da venda.

Moro também destacou a relevância de começar cedo: “A vermifugação de bezerros aos 3-4 meses de idade garante até 10 quilos extras no desmame”.  

O médico-veterinário ressaltou que o foco na produtividade vem crescendo na pecuária moderna, impulsionado pela competição com outras atividades agrícolas e pela busca por maior eficiência.

Ele reforçou ainda a importância de ações preventivas, como rotação de pastagens e uso de produtos químicos adequados, para minimizar o impacto das larvas infectantes no ambiente.