NUTRIÇÃO ANIMAL

Vacas leiteiras magras: turbinar a dieta com mais ração é a solução?

Especialista alerta: aumentar a ração pode não resolver se a dieta estiver desbalanceada. Confira o que realmente importa na nutrição de vacas em lactação. Assista ao vídeo

Vacas leiteiras magras: turbinar a dieta com mais ração é a solução?
Vacas leiteiras magras: turbinar a dieta com mais ração é a solução?

A preocupação do produtor João Batista, de Poções (BA), é comum entre quem está iniciando na pecuária leiteira: suas vacas leiteiras estão magras, mesmo produzindo entre 15 a 27 litros de leite por dia. A dúvida dele é direta: “se eu turbinar a dieta com mais ração, o gado vai ganhar mais peso?” Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta detalhada.

A resposta foi dada no quadro Giro do Boi Responde, pelo zootecnista Tiago Felipini, especialista em nutrição animal e consultor da Alcance Planejamento Rural. E a explicação vai além da simples quantidade de ração oferecida.

Perda de escore corporal no início da lactação é normal

Lote de vacas Girolando. Foto: Divulgação
Lote de vacas Girolando. Foto: Divulgação

Segundo Felipini, é esperado que as vacas percam o escore corporal no primeiro terço da lactação. Isso ocorre porque o animal entra em balanço energético negativo, utilizando reservas do corpo para sustentar a produção de leite.

“Agora, se a vaca já passou de 90 dias lactando e o escore corporal continua baixo, mesmo com boa alimentação, pode haver erro na formulação da dieta”, alerta o especialista.

Ajustar a fórmula é o primeiro passo

João utiliza cana in natura, capim napier, silagem de milho e uma mistura de ração com soja, milho e núcleo mineral, na proporção de 1 kg de ração para cada 3 litros de leite produzido. Mas, segundo Felipini, o segredo está na proporção dos ingredientes.

“Use três partes de milho para cada parte de farelo de soja. Isso deixará a ração mais energética, favorecendo a produção de leite e a recuperação do escore”, recomenda.

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Atenção especial à ureia na dieta

Vacas leiteiras se alimentando com ração no cocho. Foto: Reprodução
Vacas leiteiras se alimentando no cocho. Foto: Reprodução

Outro ponto crucial é a presença de ureia no núcleo mineral utilizado. Como João oferece volumosos fibrosos, como cana e napiê, é essencial incluir ureia na dieta para melhorar a digestão da fibra.

“Se o núcleo não contém ureia, recomendo começar com 100g por vaca/dia e, após a adaptação, aumentar para 200g/dia. Isso vai ajudar na melhora do aproveitamento da forragem e no ganho de peso das vacas”, orienta o zootecnista.

Cuidado com o cocho vazio

Vacas leiteiras: quais os impactos da seca na dieta e produção de leite?
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A última dica é simples, mas poderosa: verifique o cocho diariamente. Ele não pode ficar vazio antes do próximo trato.

“O ideal é sobrar cerca de 5% do alimento do dia anterior. Se o animal estiver com fome antes da hora da alimentação, não conseguirá recuperar o escore corporal”, destaca Felipini.

Em resumo: turbinar a ração pode até ajudar, mas de nada adianta se a dieta estiver desbalanceada, sem energia suficiente e sem ureia para digerir bem o volumoso.

Nutrição precisa de ajustes finos — e esse cuidado fará toda a diferença no leite no balde e na saúde do rebanho.

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