GIRO DO BOI RESPONDE

TIP em rotacionado ou contínuo: qual dá mais resultado no pasto?

Engenheiro agrônomo Wagner Pires explica por que o sistema rotacionado é a melhor escolha para o TIP e alerta sobre os riscos do pastejo contínuo. Assista ao vídeo

TIP em rotacionado ou contínuo: qual dá mais resultado no pasto?
TIP em rotacionado ou contínuo: qual dá mais resultado no pasto?

TIP em rotacionado ou contínuo? A dúvida veio lá de Toledo, no Paraná, região conhecida pela terra fértil e pela força da pecuária. Assista ao vídeo abaixo e confira qual dos dois pode ser mais vantajoso.

O produtor Ailton Silva, que já trabalha com TIP em pastejo rotacionado, quis saber se vale a pena mudar para o pastejo contínuo, sistema que viu ser utilizado em outros projetos de terminação intensiva a pasto.

A resposta foi dada no quadro Giro do Boi Responde, do programa Giro do Boi, por Wagner Pires, engenheiro agrônomo e especialista em pastagens pela Esalq/USP.

Rotacionado ou fixo: entenda a base do TIP

Bovinos em área de cocho de alimentação na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Divulgação
Bovinos em área de cocho de alimentação na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Divulgação

Antes de comparar os sistemas, Wagner Pires fez questão de reforçar o conceito da Terminação Intensiva a Pasto (TIP).

A estratégia consiste em usar uma carga animal maior do que a capacidade da pastagem, com o apoio de suplementação no cocho. Ou seja, o gado se alimenta tanto do pasto quanto do concentrado. A ideia é simples, mas exige manejo inteligente.

“O TIP é muito bom, desde que bem trabalhado e você faça a gestão da pastagem”, destacou Wagner.

Rotacionado é manejo, contínuo é prejuízo

Vista aérea de pastejo rotacionado. Foto: Reprodução
Vista aérea de pastejo rotacionado. Foto: Reprodução

Para o especialista, a diferença entre os dois sistemas é gritante. No pastejo rotacionado, o pasto é dividido em piquetes e o gado é manejado de forma a permitir descanso para a planta, o que garante qualidade e longevidade da pastagem.

Já o pastejo contínuo, também chamado de fixo, não respeita o tempo de recuperação do capim, o que compromete toda a estrutura da forrageira.

“Fazer manejo em pasto fixo é assinar o atestado de degradação do seu pasto”, afirmou Wagner, de forma enfática.

Segundo ele, o pasto é o maior patrimônio do produtor, até mais importante que o próprio gado. E forçar esse recurso, sem dar tempo de recuperação, é o caminho mais curto para o prejuízo.

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Baixa lotação no fixo também não compensa

Bovinos em fase de recria a pasto. Foto: Reprodução
Bovinos em fase de recria a pasto. Foto: Reprodução

Wagner alertou que reduzir a taxa de lotação para tentar preservar o pasto contínuo também não resolve o problema. O motivo? Isso impacta negativamente no bolso do pecuarista.

“Se você respeitar o pasto e trabalhar com uma baixa lotação e não estragar o seu pasto, você judia do seu bolso”, disse ele.

Ou seja, o sistema contínuo ou compromete a estrutura do pasto ou reduz a rentabilidade da fazenda. Já o rotacionado permite equilibrar os dois lados: produção e preservação.

Gestão e suplementação são o segredo do sucesso

Suplementação de bovinos a pasto. Foto: Divulgação
Suplementação de bovinos a pasto. Foto: Divulgação

A intensificação da pecuária é positiva, desde que feita com gestão eficiente da pastagem e suplementação adequada.

O TIP rotacionado permite controle preciso da altura do capim, taxa de lotação, tempo de descanso e consumo de suplemento. Tudo isso resulta em mais ganho de peso, menor custo por arroba e preservação do solo e das forrageiras.

Wagner Pires também deixou um alerta importante para os pecuaristas que se deparam com projetos em pastejo contínuo:

“Às vezes, quem está mostrando alguns trabalhos em pastejo fixo quer iludir a pessoa, mas não é o melhor”, finalizou.

O recado final: não mude o que está dando certo

Para o produtor Ailton e tantos outros que estão na dúvida, a orientação é clara: o TIP em pastejo rotacionado é o melhor caminho para garantir desempenho, lucratividade e sustentabilidade na fazenda.

O contínuo pode parecer mais simples à primeira vista, mas cobra um preço alto no médio e longo prazo.

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