A Universidade São João del-Rei, na cidade de São João del-Rei (MG), se tornou palco de um evento crucial para os pecuaristas brasileiros: o 2º Capim Day. O evento desvendo o mito para lucrar mais com o pasto e a cria de bezerros. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
Nesse segundo encontro anual, especialistas e produtores de todo o País se reuniram para explorar as mais recentes inovações em pastagens, essenciais para a pecuária de corte.
A pecuária de corte, motor vital da economia rural no Brasil, enfrenta constantemente desafios que podem comprometer sua lucratividade.
Questões como a gestão da propriedade e o manejo do capim ganham atenção especial, sobretudo agora, com o ciclo das águas no horizonte.
Do planejamento à execução: o caminho para uma pastagem rentável
Renata Erler, zootecnista capixaba com raízes rurais e uma extensa trajetória na área de nutrição animal, é reconhecida como especialista em gestão agropecuária.
Suas incursões por mais de 600 fazendas geraram uma visão aguçada sobre a relevância de transpor corretamente os conhecimentos técnicos para os números que realmente pagam as despesas de uma fazenda.
Renata destacou a importância do planejamento estratégico para garantir que o pasto de hoje se torne o lucro de amanhã.
Fenômenos climáticos e o manejo do gado na fazenda
A especialista alerta que a chegada de um ano marcado por fenômenos climáticos, como o El Niño, demanda atenção redobrada dos pecuaristas.
A seca iminente, com a redução do volume de alimento, sinaliza que medidas preventivas são essenciais agora para evitar uma crise futura na alimentação do gado.
A adaptação da carga animal à quantidade e qualidade do pasto disponível previne que o período das águas seja comprometido. Preparar-se para ciclos adversos é, portanto, uma jogada de antecipação e inteligência.
Fertilidade do solo: um pilar para a produtividade
Abordando outro ponto crucial, a baixa fertilidade dos solos, Renata baseia suas recomendações na análise criteriosa da terra.
Conhecer a composição do solo é o passo inicial antes de qualquer correção ou adubação.
A expert incentiva a implementação de ajustes pontuais em pequenas áreas, comparando o ato de adubar sem conhecimento ao perigo de direcionar uma Ferrari sem experiência ao volante.
O sucesso, segundo ela, não está tanto na ação de fertilizar, mas sim na habilidade de colher eficientemente o que se planta.
A ideia é desenvolver esse “know-how” de maneira progressiva para que o produtor ganhe confiança e possa expandir as operações sem escalonar os riscos.
Iniciando o movimento: da teoria à prática
O diálogo entre a engenharia agronômica e a execução prática é a ponte que muitos produtores lutam para concretizar.
A experiência de Renata mostra que a dificuldade geral não reside em saber o que fazer, mas em como fazer de maneira eficaz.
Começar pode parecer um obstáculo, mas é um processo contínuo de aprendizagem e melhoramento. À medida que o produtor avança, o que antes parecia intransponível se torna parte de uma rotina gerenciável, instigando o crescimento não só do gado, mas da própria fazenda.
Questão de dedicação
A especialista salienta que o mercado é fértil para quem se dedica. Não é uma questão de facilidade, mas de comprometimento com o conhecimento e práticas recomendadas.
No final, o esforço é recompensado com operações bem-sucedidas que não apenas sobrevivem, mas prosperam e impulsionam o setor, solidificando o papel da pecuária como um pilar de sustentabilidade e progresso rural.
A entrevista com Renata não apenas inspira, mas instrui, lançando luz sobre práticas que podem ser imediatamente aplicadas para obter resultados tangíveis.
A oportunidade para evoluir está aberta para aqueles que estiverem dispostos a trilhar esse caminho de contínua educação e ação.