RAÇA RESISTENTE AO CALOR

Sindi: rebanho da Embrapa é reconhecido pela ABCZ pela sua pureza e rusticidade

Esse reconhecimento, fruto de quase dois anos de trabalho, atesta a pureza genética dos 91 animais (machos e fêmeas) da unidade. Assista ao vídeo

Sindi: rebanho da Embrapa é reconhecido pela ABCZ pela sua pureza e rusticidade
Sindi: rebanho da Embrapa é reconhecido pela ABCZ pela sua pureza e rusticidade

O rebanho Sindi da Embrapa Semiárido acaba de ser reconhecido pela ABCZ por sua pureza genética, chancelando a qualidade de animais altamente adaptados ao calor e à escassez, e abrindo caminho para a produção de material genético certificado para pecuaristas. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Pecuaristas, a busca por gado resistente ao calor e adaptado a condições adversas acaba de ganhar um importante reforço.

Um dos rebanhos mais adaptados do Semiárido brasileiro, o Sindi da Embrapa Semiárido, obteve o registro de Pureza de Origem (PO) junto à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Esse reconhecimento, fruto de quase dois anos de trabalho, atesta a pureza genética dos 91 animais (machos e fêmeas) da unidade.

Rafael Dantas, médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Semiárido, responsável pelo Núcleo de Conservação da Raça Sindi, destaca que essa certificação é a segunda e última etapa de reconhecimento da qualidade genética do rebanho.

Ela é fundamental para a utilização desses animais em programas de conservação e melhoramento genético, e para que a Embrapa possa oferecer material genético certificado.

Rigor técnico na certificação: a jornada da pureza

Bovinos da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo/Embrapa Semiárido
Bovinos da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo/Embrapa Semiárido

O processo para obter o registro de Pureza de Origem (PO) para o rebanho Sindi da Embrapa foi rigoroso, seguindo todas as exigências da ABCZ.

Dada a complexidade da escrituração inicial, uma parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) foi fundamental para viabilizar o reconhecimento oficial.

Os animais foram registrados por dois trâmites: o rito normal (8 animais) e o processo de resgate (29 animais, cujos pais e mães não estavam identificados inicialmente). Os demais já possuíam registro de 2015.

As exigências incluem:

  • Comunicação de cobertura e nascimento: Registro formal do acasalamento e, posteriormente, do nascimento do bezerro com dados completos dos pais.
  • Inspeção técnica: Avaliação de um técnico credenciado para verificar se o animal apresenta características compatíveis com a raça Sindi, sem deformidades ou desvios.
  • Exames de DNA: Obrigatórios para confirmar a filiação do bezerro com pais PO. Para os animais de “resgate”, foi necessário coletar o DNA e fazer o cruzamento em laboratório para identificar a linhagem.

Esse processo rigoroso garante a pureza genética, a identidade racial e a adaptabilidade dos animais, atributos cruciais para a conservação e o melhoramento da raça.

Rusticidade e desempenho: o Sindi no Semiárido

Bovinos da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo
Bovinos da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo

Originária do Paquistão, a raça Sindi é conhecida por sua extraordinária rusticidade e resistência. Suas características a tornam ideal para regiões com condições climáticas desafiadoras, como o Semiárido brasileiro:

  • Resistência ao calor: Adapta-se bem a altas temperaturas.
  • Capacidade de produzir em condições adversas: Consegue gerar carne e leite mesmo com escassez de alimento e água.
  • Baixa exigência nutricional: De pequeno porte, consegue converter alimentos de baixo valor nutricional em produtos de qualidade.
  • Resiliência das pastagens: Pasteja em áreas onde outras raças não conseguiriam se alimentar, o que a torna estratégica frente às mudanças climáticas.

Além da conservação, o núcleo da Embrapa utiliza esses animais em experimentos nas áreas de nutrição, sanidade e produção de forragem, buscando ainda mais melhorias na produtividade e resistência dos rebanhos locais.

Um banco genético para o futuro da pecuária

Bezerros da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo/Embrapa Semiárido
Bezerros da raça Sindi puros de origem (PO) da Embrapa reconhecidos pela ABCZ. Foto: Fernanda Birolo/Embrapa Semiárido

O rebanho Sindi da Embrapa Semiárido tem uma história que remonta à importação de animais do Paquistão em 1952.

Mantido como um rebanho fechado (sem cruzamento com outras linhagens) desde sua transferência para a Embrapa Semiárido em 1996, ele garante a conservação de sua pureza racial.

A conservação do gado Sindi é uma estratégia vital da Embrapa para assegurar a segurança genética de raças adaptadas ao clima semiárido.

Além de manter o rebanho em campo, a Empresa armazena material genético em um banco de germoplasma na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF).

Segundo Rafael Dantas, isso garante que as futuras gerações de pecuaristas tenham acesso a uma genética adaptada às novas realidades de produção e aos desafios do clima.

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