
Quem está pensando em confinar gado, como o produtor José Carlos Hermida, do interior do Rio de Janeiro, precisa ficar atento: apenas silagem de milho ou cana picada não são suficientes para garantir bom desempenho dos animais. Assista ao vídeo abaixo.
Essa foi a resposta direta do engenheiro agrônomo Március Gracco, da Intensifique Consultoria Agropecuária, ao participar do quadro “Giro do Boi Responde” nesta quinta-feira, 10 de julho.
Gracco explicou que o volumoso fornece a fibra necessária, mas, em confinamento de alto desempenho, o gado também precisa de energia, proteína, minerais e aditivos específicos.
Isso só é possível por meio de uma dieta total balanceada, que inclua ração formulada com base na realidade da propriedade e nos ingredientes disponíveis na região.
Ração completa é indispensável para resultados no confinamento

Segundo o especialista, uma dieta de confinamento precisa ser composta por uma mistura equilibrada de ingredientes, considerando nutrientes como energia, proteína, extrato etéreo, cálcio, magnésio e outros microminerais.
“Você tem que fechar a dieta para dar desempenho e torná-la lucrativa”, destacou Gracco.
Entre os ingredientes que podem compor a dieta estão milho, sorgo, DDG, caroço de algodão, cevada, ureia e outros, conforme o que houver à disposição.
Hoje, com o uso de softwares específicos, é possível formular dietas personalizadas, com projeções de custo e desempenho, o que garante mais precisão ao sistema.
Quando a silagem sozinha até serve: o sequestro

Apesar da exigência nutricional em confinamentos intensivos, Gracco lembrou que há um outro modelo, chamado “sequestro”, no qual o gado é retido em uma área limitada no início das águas para controle de pastejo.
Neste caso, a silagem ou cana podem ser utilizadas com um proteinado, oferecendo ganhos médios de 500 a 600 gramas por dia.
“Não é uma dieta de alto desempenho, mas pode ser útil como manejo de pasto”, explicou.
Ou seja, silagem pura não substitui a ração em sistemas que exigem alta performance. Ela é apenas a base volumosa. Para transformar a engorda em lucro real, é essencial adicionar a parte “quente” da dieta, que são os concentrados energéticos e proteicos.
Chame um profissional para evitar prejuízos

O alerta do engenheiro agrônomo é direto: tentar formular ração sem conhecimento técnico pode levar a sérios problemas como laminite, intoxicação alimentar e até morte dos animais. A recomendação é clara:
“Se você quer um confinamento de alto desempenho, chame um nutricionista especializado para montar essa dieta e orientar o manejo”, disse.
Esse profissional vai indicar como misturar os ingredientes, qual a quantidade certa, a melhor forma de fazer a leitura de cocho, o controle de consumo e como monitorar o ganho de peso dos animais ao longo do ciclo.
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Não quer confinar por conta? O boitel pode ser solução

Para produtores que não têm estrutura, tempo ou conhecimento para confinar, Gracco sugeriu uma alternativa eficiente: o boitel. Nessa modalidade, o produtor entrega os animais para um terceiro, que realiza o confinamento profissional. O pagamento só acontece após o abate.
“É uma opção muito boa para quem está começando ou não quer fazer o investimento inicial”, destacou.
Grandes empresas, como a JBS, oferecem serviços de boitel com bons resultados e segurança técnica. Para o produtor, é uma forma de participar do mercado de terminação sem correr os riscos da falta de experiência com nutrição e manejo intensivo.
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