
A recria intensiva a pasto (RIP) vem ganhando força como um dos pilares da nova pecuária brasileira. O sistema, que combina pastagens bem manejadas com suplementação estratégica, é apontado por especialistas como essencial para reduzir custos, aumentar a produtividade e antecipar o abate. Assista à entrevista abaixo e confira os detalhes deste sistema.
E um dos pioneiros nesse modelo é o pecuarista Arlindo Vilela, do Grupo NovaPec, de Rondonópolis (MT), que compartilhou sua experiência no programa Giro do Boi desta segunda-feira (15).
RIP: mais que uma técnica, uma revolução silenciosa
Criada há cerca de 20 anos na Fazenda Flor da Serra, a RIP nasceu da necessidade de reduzir os custos com a terminação intensiva a pasto (TIP), aliando o potencial do pasto com dieta balanceada e ração com baixo teor energético, chamada de “ração amarga”.
A estratégia foi desenhada para permitir que os animais ganhem estrutura muscular sem engordar precocemente, evitando acúmulo de gordura desnecessário ainda na fase de crescimento.
“A gente entendeu que o bezerro não precisa virar bolota. Ele precisa crescer, ganhar estrutura. E isso o pasto faz, desde que bem manejado”, explicou Arlindo.
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Estrutura simples, resultados surpreendentes
Com investimento médio de R$ 12 mil em estruturas cobertas de coxo por piquete, o sistema se mostrou eficiente para alcançar ganhos de peso próximos de 1 kg/dia, mantendo os custos sob controle.
Cada estrutura atende uma área de 25 hectares, que comporta até 2,5 UA por hectare na época das águas, número três vezes superior à média nacional.
O segredo, segundo Vilela, está no equilíbrio entre o que o pasto oferece e o que a suplementação complementa. A RIP funciona como uma engrenagem onde tudo é medido e ajustado com base no desempenho dos animais.
Da prática à teoria: academia e campo unidos
Apesar de ser inicialmente uma prática desenvolvida no campo, a RIP ganhou corpo com apoio da ciência.
Pesquisas recentes da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), como o projeto Boi 777, reforçam a eficácia do modelo, demonstrando que é possível aliar produtividade com sustentabilidade.
“Hoje a RIP é uma realidade validada também pela ciência. E isso só fortalece o modelo, que já começa a transformar a realidade de cidades com tradição pecuária que antes giravam pouco dinheiro”, destacou o pecuarista.
RIP e sustentabilidade caminham juntas
A intensificação do pasto proporciona maior giro de capital, bem-estar animal, produtividade e eficiência no uso da terra, sendo apontada como uma solução sustentável para aumentar a produção sem avançar sobre novas áreas.
Além disso, o sistema já está na mira de novas linhas de crédito verde, como o EcoInvest, que deve injetar até R$ 40 bilhões em financiamento com juros baixos para reformas de pastagens e intensificação sustentável.
“A RIP é a ferramenta da sustentabilidade. Ela reduz o tempo de permanência dos animais na fazenda, melhora a rentabilidade e prepara o Brasil para liderar o mercado mundial de carne com responsabilidade ambiental”, disse Arlindo.
O futuro da pecuária é RIP
Com o avanço da tecnologia, da inteligência artificial no campo e da integração com sistemas como o Fazenda Nota 10, a RIP se consolida como a base de uma pecuária tropical moderna, eficiente e conectada com as demandas do mercado global.
Para Arlindo Vilela, a recria tradicional está com os dias contados: “Quem não começar a investir numa RIP agora pode perder o bonde da história. O cavalo está passando arriado.”
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