Com as mudanças climáticas e os eventos extremos se tornando cada vez mais frequentes, como as fortes chuvas no Sul e a seca severa no Brasil Central, os pecuaristas precisam redobrar seus cuidados no manejo de pastagens e na suplementação do gado. Assista ao vídeo abaixo e confira.
O agrônomo Sérgio Raposo de Medeiros, doutor em Ciência Animal e Pastagens e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, destaca a importância de práticas sustentáveis para garantir a resiliência dos sistemas produtivos.
Um dos anos mais quentes da história: 2024!
O ano de 2024 está se configurando como potencialmente um dos mais quentes já registrados, agravando a necessidade de um manejo criterioso das pastagens, para que ofereçam suporte adequado aos rebanhos.
Conforme explica Medeiros, um pasto bem manejado, com sistema radicular vigoroso, tem maiores chances de resistir e se recuperar de queimadas. Assim, adotando práticas corretas desde já, os produtores estarão melhor preparados para enfrentar essas adversidades.
Manejo de pastagens e práticas preventivas
Para mitigar os efeitos das queimadas e promover a rápida recuperação das pastagens, Medeiros recomenda manter um controle rigoroso da biomassa e vedação dos pastos em locais estratégicos para evitar a propagação do fogo.
Ele enfatiza que incorporar essas práticas ao manejo diário pode prevenir possíveis catástrofes e facilitar a recuperação das áreas atingidas. Além disso, a manutenção de uma mata ciliar adequada em torno das nascentes pode ter efeitos positivos no microclima da fazenda.
A utilização de tecnologia é essencial na adaptação ao “novo normal” climático. Análises de solo precisas e o uso efetivo de bioinsumos podem incrementar o vigor das raízes das forrageiras, permitindo uma melhor resistência à seca e uma recuperação mais rápida após os incêndios.
Suplementação estratégica de gado
Enquanto a pastagem se recupera, a suplementação do gado com produtos proteicos e energéticos é crucial.
Medeiros sugere que, em situações onde o pasto queimado oferece pouca forragem, o uso de suplementos como proteinado ou até mesmo sistema TIP (como o fornecimento de até 2% do peso vivo em concentrado) pode manter a saúde e o desempenho do rebanho em níveis satisfatórios.
Além disso, ajustar a lotação conforme a capacidade atual do pasto pode evitar o estresse nutricional dos animais.
Planejamento de longo prazo na fazenda
Medeiros reforça ainda a importância de um planejamento de longo prazo que contemple tanto o manejo do pasto quanto a suplementação necessária para períodos de escassez.
Essa abordagem proativa não apenas protege os rebanhos atuais, mas também se projeta a garantir a viabilidade econômica e a sustentabilidade das operações pecuárias nos próximos anos.
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