CRUZAMENTO INDUSTRIAL

Qual a melhor raça para produzir bezerros de pelo zero e carcaça mais pesada?

Especialista em genética bovina, Alexandre Zadra explica as melhores opções para cruzamento industrial. Assista ao vídeo

Qual a melhor raça para produzir bezerros de pelo zero e carcaça mais pesada?
Qual a melhor raça para produzir bezerros de pelo zero e carcaça mais pesada?

A escolha da raça certa para cruzamento industrial pode definir o sucesso da produção de bezerros pesados e adaptados ao clima brasileiro. No caso do criador Antônio Gabriel Montes, de Cascavel (PR), a preocupação principal é reduzir a pelagem dos bezerros sem comprometer a musculatura e o desempenho zootécnico. Assista ao vídeo e confira.

Atualmente, ele trabalha com vacas meio-sangue Gir Leiteiro e meio-sangue Piemontês, que, ao serem acasaladas com touros Angus, produzem bezerros robustos, mas com muita pelagem, o que não agrada ao mercado.

Para encontrar a melhor alternativa de cruzamento, ele consultou Alexandre Zadra, zootecnista especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, que indicou algumas opções estratégicas para manter a carcaça pesada, eliminar o excesso de pelo e garantir melhor adaptação ao calor.

Raças europeias X raças adaptadas: como garantir bezerros produtivos e tolerantes ao calor?

Vacas Gir leiteiro a pasto. Foto: Divulgação
Vacas Gir leiteiro a pasto. Foto: Divulgação

O primeiro ponto levantado pelo especialista é a influência genética do cruzamento atual. O uso do Angus sobre as matrizes meio-sangue Gir Leiteiro e meio-sangue Piemontês resulta em bezerros com 75% de genética de raças taurinas europeias, que não são adaptadas ao calor, apresentam metabolismo elevado e desenvolvem mais pelagem para suportar o frio.

Para solucionar esse problema, Zadra sugere a escolha de raças adaptadas ao clima tropical, que garantam pelo zero e carcaça pesada. Entre as melhores opções, ele destacou:

Canchim – Um cruzamento entre Charolês e Zebu, o Canchim mantém alta precocidade, rusticidade e carcaça volumosa. O pelo curto e a excelente adaptação ao calor fazem dele uma alternativa competitiva para o mercado de carne de qualidade.

Santa Gertrudis – Raça de origem norte-americana, resultado do cruzamento entre Shorthorn e Brahman, apresenta grande peso corporal, alta conversão alimentar e resistência ao calor. Os bezerros nascem com pelagem curta e vermelha, sendo bem aceitos pelo mercado.

Brangus e Braford – Essas duas raças sintéticas são indicadas para quem busca animais mais pesados e com bom acabamento de carcaça, sem perder resistência ao calor. O Brangus (Angus + Zebu) e o Braford (Hereford + Zebu) produzem bezerros com pouco pelo, crescimento acelerado e excelente marmoreio.

Bonsmara – Originária da África do Sul, essa raça taurina adaptada se destaca pela alta fertilidade, rusticidade e carne extremamente macia. Seu metabolismo similar ao dos bimestiços favorece o crescimento muscular sem exigir grandes desafios nutricionais.

Caracu – Como uma das raças tropicais mais antigas do Brasil, o Caracu possui grande capacidade de ganho de peso, rusticidade e tolerância ao calor. O cruzamento com suas vacas produzirá bezerros de pelo zero e porte avantajado, mantendo fêmeas férteis e produtivas.

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

A escolha ideal para cada sistema de produção

Lote de bovinos Santa Gertruudis em prova de eficiência alimentar. Foto: Divulgação/ABSG
Lote de bovinos Santa Gertruudis em prova de eficiência alimentar. Foto: Divulgação/ABSG

Se o objetivo for cruzamento terminal, ou seja, produção de machos e fêmeas para engorda e abate, o uso de Santa Gertrudis ou Canchim pode gerar bezerros pesados e valorizados no mercado de carne premium.

Caso a intenção seja formar matrizes produtivas e resistentes, a indicação é o uso de Bonsmara ou Caracu, pois ambas as raças transmitem rusticidade, melhoram a conversão alimentar e mantêm a fertilidade das fêmeas.

A escolha final dependerá da estratégia da fazenda e das demandas do mercado local.

“Se o produtor quer manter animais pesados, mas com pelo zero e boa adaptação ao calor, a melhor opção é investir em taurinos adaptados, como Bonsmara e Caracu, ou em cruzamentos sintéticos, como Canchim e Santa Gertrudis”, conclui Zadra.

Tem dúvidas? Envie sua pergunta

Você também pode obter resposta à sua pergunta sobre qualquer dúvida que tiver na fazenda.

Envie para o quadro Giro do Boi Responde no link do WhatsApp do Giro do Boi, pelo número (11) 93310-7346 ou ainda pelo e-mail [email protected].

News Giro do Boi no Zap!

Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.