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Pode dar babosa na água do gado? Veterinário responde se é mito ou fato

O médico-veterinário Fernando Loureiro, embaixador de conteúdo do Giro do Boi e especialista em qualidade da água para o gado, respondeu ao questionamento. Assista ao vídeo

Pode dar babosa na água do gado? Veterinário responde se é mito ou fato
Pode dar babosa na água do gado? Veterinário responde se é mito ou fato

Descubra se o uso de babosa na água do gado é mito ou fato. Um especialista em qualidade da água para bovinos explica os riscos e benefícios dessa prática popular. Quer saber se a babosa pode realmente trazer benefícios ou riscos para seu gado? Assista ao vídeo abaixo e descubra a verdade com o especialista!

Pecuaristas, a sabedoria popular no campo é vasta e, muitas vezes, passada de geração em geração.

Teudas de Oliveira, pecuarista de Balsas, Maranhão, resgatou uma memória familiar: sua mãe colocava babosa picada nos bebedouros de galinhas há mais de 20 anos. Ele, agora, quer saber se essa prática é válida para o gado.

Para esclarecer essa dúvida, o médico-veterinário Fernando Loureiro, embaixador de conteúdo do Giro do Boi e especialista em qualidade da água para o gado, respondeu ao questionamento. Loureiro adverte que, embora seja uma prática antiga, a ciência não a respalda.

Babosa na água do gado: falta de embasamento científico

Detalhe da babosa. Foto: Canva
Detalhe da babosa. Foto: Canva

Fernando Loureiro explica que, apesar de a babosa ser conhecida por suas propriedades terapêuticas e ser utilizada em cosméticos (Aloe Vera), não há embasamento científico que comprove os benefícios de seu uso na água do gado.

Além disso, não há estudos que indiquem a dosagem correta ou o real efeito benéfico para os animais.

A principal preocupação do especialista é que a folha da babosa, assim como qualquer outra matéria orgânica (água-pé, folhas de árvore, capim, farelo de ração), ao ser colocada no bebedouro, entra em decomposição.

Riscos da matéria orgânica nos bebedouros

Peão fazendo a limpeza de plantas aquáticas do bebedouro do gado. Foto: Reprodução
Peão fazendo a limpeza de plantas aquáticas do bebedouro do gado. Foto: Reprodução

A decomposição da matéria orgânica no fundo dos bebedouros cria um substrato ideal para o crescimento de bactérias e protozoários. Esses microrganismos são maléficos ao trato gastrointestinal dos animais e podem causar:

  • Distúrbios metabólicos.
  • Problemas de absorção de nutrientes.
  • Quadros de diarreia.

Loureiro não recomenda o uso da babosa justamente por ela adicionar mais matéria orgânica à água, o que aumenta a necessidade de limpeza e ainda assim não substitui a higienização completa do bebedouro.

Em pouco tempo, a babosa picada em decomposição trará mais malefícios do que qualquer possível benefício inicial.

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A importância da água pura e da limpeza

Bovinos em bebedouro com água limpa em área de pasto. Foto: Divulgação
Bovinos em bebedouro com água limpa em área de pasto. Foto: Divulgação

O ideal é que a água fornecida ao gado seja a mais pura possível, livre de agentes infecciosos. A limpeza regular dos bebedouros é a medida mais eficaz para garantir essa qualidade.

A limpeza deve incluir:

  • Esfregação de paredes e fundo: Para descolar microalgas, lodo e toda a matéria orgânica.
  • Remoção de resíduos: Eliminar insetos, farelos e qualquer outra sujidade.

Para aumentar o intervalo entre as lavagens, Fernando Loureiro recomenda o uso de produtos à base de cloro.

Assim como na água de consumo humano, piscinas e residências, o cloro é benéfico para o tratamento da água, garantindo que os animais tenham acesso a uma água tratada e livre de bactérias, protozoários e vírus que possam comprometer sua saúde.

A água de qualidade é um pilar fundamental para a saúde e produtividade do rebanho, e a ausência de estudos científicos sobre a babosa, aliada ao risco de contaminação, faz com que a recomendação seja manter os bebedouros limpos e, se necessário, utilizar produtos comprovadamente eficazes no tratamento da água.

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